17 janeiro 2008

Não há encerramento do tribunal, porém...

Contrariando um convencimento geral e a propósito do novo mapa judiciário que se encontra em estudo pelo Governo, o ministro da Justiça garantiu que nenhum tribunal será encerrado, estando apenas pensados alguns ajustamentos.
Quanto aos tribunais de Carrazeda de Ansiães, Alfândega da Fé e Vila Nova de Cerveira, de que corriam notícias de encerramento, Alberto Costa afirmou: "É uma garantia que posso dar" de que não vão encerrar. Esses tribunais serão integrados em comarcas alargadas".
(fonte RTP e enviado por Mário Carvalho)


Esta notícia não é nova. O que se sabia é que os tribunais referidos se transformariam em casas de justiça e serão integrados em comarcas maiores. A mesma coisa, quer dizer, há uma diminuição de categoria, de importância e definitivamente terminará a comarca de Carrazeda. Isto é mau e exigiria uma resposta de protesto adequada. Como é habitual não sairá do peito.
Lembra-se que esta hipótese de encerramento foi já aventada há uma boa vintena de anos. Era então presidente o Sr. Mário Joaquim, que travou o processo com a séria ameaça de entrega ao Governo das chaves do Município e a sua demissão...

10 comentários:

Unknown disse...

Conclusão: nenhum governo pode proceder a uma modernização que bula com a estrutura judiciária que vem do seculo XIX e é melhor o concelho ser comarca do que ter uma justiça eficiente.
João Lopes de Matos

josé alegre mesquita disse...

Pode. Até encerrar tudo e deslocar as pessoas todas para o litoral. Fico mais descansado que um homem das leis me diga que teremos uma justiça mais eficiente com a transformação do tribunal em casa de justiça. Bem haja!

Unknown disse...

Não seja demagogo. Fica-lhe tão mal. Uma das suas “causas” é não prescindir da “comarca” . É um “ponto de honra”. Vou aconselhar o governo a remodelar os serviços mas a manter a designação para o senhor dormir mais descansado. Sem “comarca” não fica, deixe lá.
Os dados estão tão alterados! - Há a internet, por intermédio da qual(como sabe melhor que eu) já se pode fazer tanta coisa, há a necessidade de especialização para os juízes poderem resolver mais rapidamente os processos e não terem, quais super - homens , que resolver tudo, há a fácil deslocação dos juízes, para que as populações não tenham elas que se deslocar, há os assuntos em tribunal que são diferentes( felizmente, as pessoas já não se matam por causa das estremas , das passagens ou de regos de água) e, sobretudo, já passou tanto tempo desde a última guerra do anterior presidente da câmara( já passaram vinte anos - sabe o que são vinte anos nos dias de hoje?).
Como é que o senhor quer resolver os problemas actuais( que já não são como os imagina)como se o tempo não tivesse passado, como se as distâncias não se tivessem encurtado( rapidamente se encurtam mais e mais dia a dia)e, sobretudo, de modo trauliteiro, como se fazia no tempo da luta de paus?
Por que é que o senhor acha que a persistência do concelho está dependente de uns serviços públicos com menos e menos que fazer?
Não estará no desenvolvimento agrícola, nalgumas indústrias, e, sobretudo, no desenvolvimento do turismo a solução do problema, nada fácil, diga-se? A desertificação não resulta da diminuição de funcionários(alás, cada vez há mais, especialmente na câmara), mas da fuga dos homens activos das aldeias, que não se resignam a levar uma vida como a dos seus antepassados( além da grande diminuição da natalidade).
Para haver serviços públicos, é preciso haver gente(muita) que se dedique a outras actividades, que façam com que haja movimento. Não pode haver serviços públicos para gente morta ou que não gera actividades.
Que mais dizer? Mais nada por agora. Espero pela sua contra - argumentação. Penso que assim é que somos contendores, no bom sentido do termo. Não há a mais leve ponta de azedume no que digo. Gosto(mas gosto mesmo) é que se esgrimam argumentos.
Nós os dois vamos conseguir manter a luta com nível, leal, franca, própria de quem gosta de ir ao fundo das questões.
João Lopes de Matos

josé alegre mesquita disse...

Não imaginava que tivesse tanta influência junto do Governo. Já agora peça-lhe que parte dos 160 milhões de contos de défice do metropolitano de Lisboa, sejam destinadas umas migalhas para o interior.
Quando me chama demagogo, penso na grande diferença que há entre nós, que é esta: eu vivo aqui todos os dias, o senhor só vem passar um fim-de-semana e pouco mais. Eu sinto na pele a falta de cuidados, de saúde, por exemplo, isto é, as vezes que tenho de ir a Mirandela sempre que os meus pai se queixam; as distâncias para Bragança e o Porto sempre que tenho de fazer formação; as deslocações a que todos temos de fazer para tratar do problema mais simples; o contínuo desprezo sentido na pele da administração central; a impossibilidade de fixação dos nossos filhos... O senhor chega aqui, profere umas sentenças, ensina-nos o que devemos fazer para salvar a pátria, lembra-nos a irreversibilidade da nossa condição e num gesto de enfado da boçalidade reinante, breve foge para o rebuliço da cidade.
O encerramento dos serviços públicos no interior obedece a uma lógica de racionalidade e boa gestão que não tem paralelo no litoral. Aí o desperdício não é contabilizado e obedece apenas à lógica dos votos. Se quiser aponte-lhe uma dúzia de exemplos: há auto-estradas paralelas, organismos sem sentido, excesso de funcionários e serviços...
Obstar ao encerramento do interior é um imperativo nacional, a solidariedade inter-regional é uma das bases da coesão nacional. Tenho pena que ainda não tenha percebido... Até já!

mario carvalho disse...

Bebé more a caminho do hospital
Médico do Centro de Saúde não achou necessário chamar o INEM
Um bebé de 3 meses morreu ontem enquanto era transportado do Centro de Saúde de Carregal do Sal para o Hospital de Viseu. A ambulância que transportou a criança só tinha um tripulante. O médico do centro de saúde diz que não chamou o INEM porque achou que não era necessário.

SIC




A menina deu entrada no Centro de Saúde de Carregal do Sal com problemas respiratórios. Diz quem viu que a criança teve que aguardar para ser assistida, porque, apesar de se tratar de um caso grave, o médico estava ocupado.

Entretanto, a pediatra da criança tinha já pedido à família para irem para as urgências do hospital de Viseu.

O médico assim decidiu. Uma ambulância que estava no centro de saúde fez o transporte. Como aparentemente o caso não era grave não foi solicitado o acompanhamento do INEM.

O transporte foi feito pelos Bombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato. Dentro da ambulância seguia apenas o motorista, ao contrário daquilo que a lei obriga. O comandante diz que apenas fez o que lhe pediram.

A menina deu entrada no hospital de Viseu já morta.

mario carvalho disse...

Bebé more a caminho do hospital
Médico do Centro de Saúde não achou necessário chamar o INEM
Um bebé de 3 meses morreu ontem enquanto era transportado do Centro de Saúde de Carregal do Sal para o Hospital de Viseu. A ambulância que transportou a criança só tinha um tripulante. O médico do centro de saúde diz que não chamou o INEM porque achou que não era necessário.

SIC




A menina deu entrada no Centro de Saúde de Carregal do Sal com problemas respiratórios. Diz quem viu que a criança teve que aguardar para ser assistida, porque, apesar de se tratar de um caso grave, o médico estava ocupado.

Entretanto, a pediatra da criança tinha já pedido à família para irem para as urgências do hospital de Viseu.

O médico assim decidiu. Uma ambulância que estava no centro de saúde fez o transporte. Como aparentemente o caso não era grave não foi solicitado o acompanhamento do INEM.

O transporte foi feito pelos Bombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato. Dentro da ambulância seguia apenas o motorista, ao contrário daquilo que a lei obriga. O comandante diz que apenas fez o que lhe pediram.

A menina deu entrada no hospital de Viseu já morta.

Unknown disse...

Não tenho vagar para lhe responder agora pois vou passar o fim de semana a Abrantes. Para a semana respondo-lhe
JLM

josé alegre mesquita disse...

Às suas ordens, pense bem no que vai dizer. Um bom fim-de-semana.

Unknown disse...

Caro JAM:
Esse “pense bem no que vai dizer” é uma intimidação?
Sabe bem que sou sempre educado a falar consigo.
Mas agora vamos ao que interessa:
Diz-me que, dos 160 milhões de contos do défice do metropolitano de Lisboa, umas migalhas devem vir para o interior. Como fazê-lo se, mesmo assim, os trabalhadores do metro protestam tanto? Deixe lá esse dinheiro para eles que, no total, serão bem mais que toda a população de Carrazeda. Não queira que o governo seja também mau com os do metro.
E vamos lá ver as diferenças entre nós. Desculpe mas eu reduzo-as apenas a duas e ambas lhe são favoráveis: superioridade intelectual e superioridade moral.
Superioridade intelectual - tenho sentido em todos os que consigo lidam que o têm como um ser superior: - é o único que escreve e bem(até redige discursos qual assessor do presidente dos Estados Unidos). - Repare que todos os artigos que envia para publicação nos jornais são todos publicados; eu tentei duas vezes e nada.
Superioridade moral - o senhor sofre com as gentes de Carrazeda: permanece e resiste, e eu, ao primeiro vento frio, fujo. Alguns, maldizentes, acham que o senhor não sai, por forretice. Não acredito. É mesmo um homem resistente, solidário, sofredor com o sofrimento alheio.
Alguns que lidaram consigo acham mesmo que lhes foi impossível aguentar a sua superioridade e afastaram-se. Dizem eles: - sabia tudo, nós limitávamo - nos a ouvi-lo e também cansa não dizer nada. Mas isso ainda se aguentava se ele não fosse também superior moralmente: - sabe, todos nós temos umas falhas, ele não, nenhuma, é absolutamente impoluto. Quem aguenta uma situação destas? - rematavam.
Ainda assim, acho que é possível nós entendermo-nos. Basta que eu tenha uma compreensão à altura da sua superioridade.
Vou tentar.
Para terminar: - Não sei se sabia que é mais fácil no seu sector(ensino primário) reduzir os serviços no litoral que no interior: - no litoral, há edifícios com muitas salas de aula e diminuem os alunos, fecham-se salas e ninguém dá conta; no interior, existe uma só turma, que só deve fechar, no seu entender, quando não houver um único aluno.
De todo o modo, se diferenças de tratamento houver entre o litoral e o interior, isso não se deve também a alguma apatia das gentes do interior?
Desculpe tê-lo incomodado.
João Lopes de Matos
P.S.: se acha que é melhor acabarmos com estas pequenas disputas, diga, que eu desisto logo.

josé alegre mesquita disse...

Há uma outra diferença, é que eu sou do "ensino primário" e o senhor é tão "douto"! Depois, o que me interessa são as ideias e quase tudo o que o senhor escreve é do foro pessoal e, como o senhor me conhece tão bem, embora seja de meia dúzia de dias, e, por outro lado, tem tão bons informadores, eu, ponto final.