Inaugurada em Abril de 1906, a linha do Vale do Corgo, entre a Régua e Vila Real, é uma via de comunicação muito importante para a região e o concelho de Vila Real, assim se lê na acta que os ilustres e responsáveis na época lavraram.
Para comemorar os 100 anos de existência no dia 1/04/2006 foi colocada uma lápide na Estação de Vila Real, sendo Presidente da Câmara o Dr. Manuel do Nascimento Martins.
Com quatro composições diárias, que saindo do Porto para a Régua dão ligação directa a Vila Real. No sentido Régua –Vila Real há cinco e em sentido inverso há seis composições que diáriamente servem as estações do : - Corgo; Tanha; Alvações; Povoação; Carrazedo; Cruzeiro e finalmente Vila Real.
Foi a primeira vez que efectuei esta viagem, um trajecto de 25 Kilómetros, percorrido em 57 minutos dentro de uma belíssima e confortável automotora com ar climatizado, e com capacidade para 48 lugares sentados e 30 lugares de pé, numa fria manhã de Inverno, partindo da estação da Régua, às 11,20h lá vai o comboio, num percurso sinuoso, com o Rio Corgo revolto no seu leito a contornar estreitos vales, e a aldeia de “Alvações do Corgo” fica no meio das vias de comunicação, a A24 moderna e veloz que passa lá no cimo da aldeia ao meio a estrada nacional e no fundo o comboio, lento nas apertadas curvas a aldeia de Vale de Ermida, cercada por olivais e vinhas e é sempre assim um trajecto que se adivinha. Na estação de Carrazedo, mesmo em frente do outro lado do morro, lá vai passar o comboio, não há pontes de ligação, mas sim aquelas curvas que serpenteiam o vale até à bonita cidade de Vila Real.
Quem tem vertigens não pode olhar para baixo, a linha tem no seu percurso íngremes declives de meter medo. Em certas ocasiões a máquina vai a 20 Klm hora, e dentro do comboio seguiam alunos do curso de “condução de máquinas” da Refer ao chegar a Vila Real, dizia o Revisor: - Vamos chegar atrasados, a máquina pode andar mais um pouco, aselha.
No sentido inverso de Vila Real à Régua as cenas com o maquinista aprendiz, foram mais hilariantes, deixando ìr abaixo o motor da composição: - Olha a agulha diziam os Colegas a sorrir e lá no fundo bem abaixo uns 50 ou 60 metros o rio a fugir em direcção à foz, ao Douro. Dizia com graça o Revisor: - Esta linha é mais “Monumental” espectacular, do que a linha do Tua, dado que tem este Vale do Corgo em todo o percurso, enquanto que a o Tua, só é bonita no percurso de 10 Kilómetros, de Abreiro acima é diferente. Foi ao Klm 6 que em 12/02/2007 se deu na Linha do Tua um grave acidente, descarrilou a carruagem do Metro de Mirandela e lá dentro cinco pessoas, destas infelizmente três encontraram a morte.
Quando escrevi este apontamento era um convite para visitar as linhas que estão ameaçadas de encerrar a saber: - a linha do Tua, do Vale do Corgo e do Tâmega. O País assistiu à reportagem que as televisões fizeram do acontecimento, vimos lá o Presidente da Metro de Mirandela, que é também o Presidente da Câmara de Mirandela, o ùnico responsável autárquico que defende a continuação da linha do Tua, parenta e ameaça da EDP em construir uma Barragem ali, muito perto da zona, onde se deu o acidente. Coincidência?! O rigoroso inquérito que está em curso dirá quais as verdadeiras causas deste infeliz acidente.
Sou a favor da manutenção das linhas estreitas do Tua, do Vale do Corgo ou do Tâmega, pela beleza do seu traçado, pela história da sua paisagem, falam as imagens que vos deixo sobre a linha do Vale do Corgo. Vale a pena efectuar esta viagem.
Manuel Barreiras Pinto
Para comemorar os 100 anos de existência no dia 1/04/2006 foi colocada uma lápide na Estação de Vila Real, sendo Presidente da Câmara o Dr. Manuel do Nascimento Martins.
Com quatro composições diárias, que saindo do Porto para a Régua dão ligação directa a Vila Real. No sentido Régua –Vila Real há cinco e em sentido inverso há seis composições que diáriamente servem as estações do : - Corgo; Tanha; Alvações; Povoação; Carrazedo; Cruzeiro e finalmente Vila Real.
Foi a primeira vez que efectuei esta viagem, um trajecto de 25 Kilómetros, percorrido em 57 minutos dentro de uma belíssima e confortável automotora com ar climatizado, e com capacidade para 48 lugares sentados e 30 lugares de pé, numa fria manhã de Inverno, partindo da estação da Régua, às 11,20h lá vai o comboio, num percurso sinuoso, com o Rio Corgo revolto no seu leito a contornar estreitos vales, e a aldeia de “Alvações do Corgo” fica no meio das vias de comunicação, a A24 moderna e veloz que passa lá no cimo da aldeia ao meio a estrada nacional e no fundo o comboio, lento nas apertadas curvas a aldeia de Vale de Ermida, cercada por olivais e vinhas e é sempre assim um trajecto que se adivinha. Na estação de Carrazedo, mesmo em frente do outro lado do morro, lá vai passar o comboio, não há pontes de ligação, mas sim aquelas curvas que serpenteiam o vale até à bonita cidade de Vila Real.
Quem tem vertigens não pode olhar para baixo, a linha tem no seu percurso íngremes declives de meter medo. Em certas ocasiões a máquina vai a 20 Klm hora, e dentro do comboio seguiam alunos do curso de “condução de máquinas” da Refer ao chegar a Vila Real, dizia o Revisor: - Vamos chegar atrasados, a máquina pode andar mais um pouco, aselha.
No sentido inverso de Vila Real à Régua as cenas com o maquinista aprendiz, foram mais hilariantes, deixando ìr abaixo o motor da composição: - Olha a agulha diziam os Colegas a sorrir e lá no fundo bem abaixo uns 50 ou 60 metros o rio a fugir em direcção à foz, ao Douro. Dizia com graça o Revisor: - Esta linha é mais “Monumental” espectacular, do que a linha do Tua, dado que tem este Vale do Corgo em todo o percurso, enquanto que a o Tua, só é bonita no percurso de 10 Kilómetros, de Abreiro acima é diferente. Foi ao Klm 6 que em 12/02/2007 se deu na Linha do Tua um grave acidente, descarrilou a carruagem do Metro de Mirandela e lá dentro cinco pessoas, destas infelizmente três encontraram a morte.
Quando escrevi este apontamento era um convite para visitar as linhas que estão ameaçadas de encerrar a saber: - a linha do Tua, do Vale do Corgo e do Tâmega. O País assistiu à reportagem que as televisões fizeram do acontecimento, vimos lá o Presidente da Metro de Mirandela, que é também o Presidente da Câmara de Mirandela, o ùnico responsável autárquico que defende a continuação da linha do Tua, parenta e ameaça da EDP em construir uma Barragem ali, muito perto da zona, onde se deu o acidente. Coincidência?! O rigoroso inquérito que está em curso dirá quais as verdadeiras causas deste infeliz acidente.
Sou a favor da manutenção das linhas estreitas do Tua, do Vale do Corgo ou do Tâmega, pela beleza do seu traçado, pela história da sua paisagem, falam as imagens que vos deixo sobre a linha do Vale do Corgo. Vale a pena efectuar esta viagem.
Manuel Barreiras Pinto
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