08 outubro 2006

Abrir a porta do desenvolvimento por fora

Os cinco concelhos que constituem a Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana: Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vila Flor vão criar uma sociedade de capital de risco, “uma espécie de garantia bancária” para ajudar empresas que queiram estabelecer-se naquela área geográfica. Esta será uma estratégia para tentar atrair mais investimento. Para já vão avançar com um milhão de euros para arranque da sociedade, prometendo que, se for preciso, não vai faltar dinheiro...
Os senhores presidentes da Câmara querem assim atrair empresas que produzam investimentos nos concelhos abrangidos e criem riqueza, fomentem o emprego e potenciam o desenvolvimento do interior.

Parece-me errada esta posição paternalista e burocrática de tentar abrir a porta do desenvolvimento por fora. As verdadeiras empresas que interessarão não são aquelas que procuram uma compensação imediata, mas cujos investimentos assentem em bases duradouras e em projectos sólidos e estáveis. São muitos os casos exemplares da falência e deslocalização de empresas no país e também na região que receberam fortes incentivos do poder central ou local.

A união de esforços deve visar a reivindicação dos investimentos públicos necessários da administração central que tardam em concretizar-se e congregar vontades com as instituições de ensino superior para privilegiar a dimensão imaterial do investimento com uma forte aposta em formação e inovação. Por último há que contar definitivamente com as potencialidades próprias, pois o desenvolvimento do interior depende essencialmente dos seus habitantes.

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