17 setembro 2006

A culpa morre solteira

A extinção de mais uma tradição festiva com a da Sra. da Graça (Samorinha), constitui para mim motivo de particular tristeza. Diz a minha mãe que “ eu nasci ao som dos foguetes da festa”.
Porque será que esta festa tradicional acabou!? Teria terminado a crença religiosa na Sra. das Graças! Mas havia também os valores tradicionais e identitários que tornavam esta festa motivo de orgulho dos populares. Também estes acabaram!?
Quem se recorda, lembra-se das características particulares desta festa. Para além da vertente religiosa muito arreigada, esta festa era motivo de reunião e convívio entre familiares e amigos, que nela encontravam pretexto para confraternizarem e comerem em conjunto as suas merendas. Depois havia a paisagem deslumbrante e os ares amenos desta época do ano.
Não se fala aqui das infra – estruturas existentes, nem dos acessos ao local que sempre foram maus mas nenhuns se queixavam.
Agora que ninguém parece capaz de reavivar esta tradição é que se reconhece o trabalho de formiga que era feito pelas comissões e mordomos, do tempo em que era o povo que pagava as festas.
Resta-me daqui enviar para onde quer que ele esteja, o meu agradecimento ao Sr. Guilherme Portugal que foi um distinto mordome destas festas.
Hélder Carvalho

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