23 agosto 2006

Offficina de LEtras, dia 22 de Agosto

Diário de Bordo

Ao 1º dia, estivemos na Biblioteca Municipal, depois de uma breve apresentação do Projecto, a analisar canções do Clã.

Sobre o texto "Um Elefante numa loja de Porcelanas", houve uma interpretação de um formando no sentido de o desconsiderar... O senhor Orelhas de Noddy. Outro, alguém bruto, com uma tromba enorme. Eu perguntei: - Um brutamontes?
- Sim, tipo lutador de Raw, que ao sair tudo esca(t)chou...
- De metáfora sentimental.

Sobre o texto "Problema de Expressão", um outro formando demonstrou que o Amo-te abre muito a consoante nasal ammmmmmmmmmm... E em brasileiro Te amo, tem mais açúcar. Quanto mais I love you...

Sobre o texto "O meu estilo", um formando decifrou o zombie com a maldição dos mortos vivos... E disse o que Carlos Tê queria, ou seja, que um tipo pode usar brinco na narina e ser o maior cota, velhadas, que se conhece, enquanto outro de fatinho pode ser bem mais vanguardista. O hábito não faz o monge.

E Etc.

Post Scriptum: Sobre a aposição de Líricas Explícitas a alguns textos, ficamos a saber que foi da s.ra Gore e da s.ra Clinton, avisarem os pais da misogenia, da homofobia, do apelo ao ódio e à violência, do calão...


Dia 23 de Agosto

Ao segundo dia, tudo foi do Grupo Novo Rock. E a versão reggae e rap dos Revistados. No Descobrir as diferenças entre versão e original.

Um formando perguntou se a palavra fundido em "Bem Vindo ao Passado" era apenas símbolo químico... Descubra você a palavra parónima!

Já agora um fragmento do texto de Rui Reininho:

Já morri a morte certa
Já bati à porta incerta
Já senti «a fome aperta»... a dor
Viajei de caixa aberta, amor

Zangado Bem vindo ao Passado
Fundido Queimado

Outro formando questionou, sendo Reininho um dos maiores letristas, o facto de cantar de Roberto Carlos ... Uma versão desse Rei do Brega. A resposta é simples: Porque se está simplesmente a marimbar e se permite a tudo. Inclusive é um gozo para os literatos que tanto o consideram... Pelo seu livro Come on & anas...

Falamos também da técnica de cut up tapes de William Burroughs que cortava obras-primas da literatura e as colava, em metade, com as páginas amarelas, assim as lendo em duas metades de maçãs diferentes; do movimento Pós-Moderno, de Duchamp e da sua Fonte, escultura ready-made...
- Que na Carrazeda procurariam: o que é isto? um urinol? e isto é que é arte? Quando se eliminava o lado individual da arte... Mas se estava nitidamente no estético mesmo.

Claro que também se falou no bar Dunas, do senhor Chalana, no Lótus Azul do Tintim, no ópio do povo de Karl Marx, no tigre de papel de Mao Tse Tung, no triângulo dourado da droga e da mulher. De Karl Jung, assistente de Freud e que depois divergiu.

Vitorino Almeida Ventura

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