Parece-me que o blog enfrenta um grave desafio... Se não parar a pensar-se. Sim,
o pensar a rodar sobre si mesmo, à Kant, e a crítica volte todo o seu foco à razão, seu objecto. Se a questão que enfrenta está na opção entre:
Liberdade Total ou Respeito pela do Outro?, De modo outro, a alternativa põe-se - Legítima Defesa ou puro Terrorismo?
Mais interessante está verificar que os PREDADORES 1, 2, como saídos do filme com o intuito de fazer razia e atirar sobre tudo o que se mexe, por devorar até os ossos e não deixar ninguém vivo, sem uma única ideia, senão expressão de uma raiva incontida, com impropérios vários... e ofensas, clamarem depois por Justiça!, invocando um qualquer santuário, por verem apagados (como classificar?) «a sua baba ranho mer...» (Eugénio de Andrade, Os Lugares do Lume). Já
a Censura é de quem, sob o nome da Educação e Dignidade, os devolve ao vazio de expressão... Ou deles próprios, se abusam de um corte sistemático, e sem fundamento, às opiniões dos outros, só porque lhes abalam todos os fundamentos? De um lado, temos estes métodos (dos) contra-revolucionários de extrema-direita ou revolucionários de -esquerda Baader-Meinhof, Acção Directa, Brigadas Vermelhas, FP-25, querendo o inferno já, pelo que fazem da violência um meio caro..., do outro os que querem a Liberdade e se defendem do «caos e da destruição/como o vento semeia as papoilas», Clément Duval, anarquista ilegalista... citado por Adolfo Luxúria Canibal.
É evidente que se podem também ver aí marcas salazaristas, que a democracia não apagou ainda, e que neste país fazem seguir ao chefe... Da empresa ao clube, da família ao Estado.
Com o dr. Hélio Moreira, quando o encontro, pomos os livros na mesa, e ele lembrou-me leituras anarquistas que lhe marcaram a adolescência - de Kropotkin, eu apenas disse Bakunine e os discos dos punks, com todas aquela atitude, como Sex Pistols, Siouxsie and the Banshees... Etc. E no lugar de uns óculos e umas barbas pretas, há um jogo de espelhos que devolve o lixo à sociedade, e luta contra o seu aprisionamento numa estrutura de poder. Daí as coleiras dos cães, os canos de escape, os cabelos de índios Cherokee às cores, agora tomados pela cultura dominante... à moda actual.
Habita um fundo anarquista em mim, só que não pode significar nunca tentativa de supressão, silenciamento, apagamento do Outro. Ou isso significará... o Fim: do Outro - e de Mim, nele, pois tenderá a responder de modo =. Para concluir, cito de Alberto Pimenta, o poema 'Jardim Zoológico':
Há uns que vêem
E outros que são vistos.
E vice-versa.
Vitorino Almeida Ventura
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