Será clarificador explicar a teoria do “bom abade Joaquim”. Joaquim Fiore (1172-1202), abade da ordem de Cister na Calábria e particularmente os seus seguidores, “os espirituais” (ou joaquimistas), divulgaram a doutrina de que todas as coisas eram dividas em tríades a partir da Trindade Divina.
A primeira tríade era a dos homens, divididos em três classes: casados vivendo sob o Pai; clérigos cujo patrono era o Filho; e os mais venturosos e perto da perfeição seriam os monges que viveriam sob o Espírito Santo. A segunda tríade era a das doutrinas dividia-se em três épocas: a Primeira idade foi a do Pai que corresponderia à do Antigo Testamento caracterizada pelo temor a Deus e tempo dos patriarcas; a segunda foi a do Filho correspondendo ao Novo Testamento e caracterizada pela evangelização e pelos sacerdotes; a terceira e última época será a do Espírito Santo ou Paracleto, caracterizada pelo domínio do espírito em que os homens se amarão e viverão em perfeita harmonia governados por um Papa Angélico ou um Imperador Virtuoso, a seguir virá o fim dos tempos com a última vinda de Jesus Cristo. Nesta teoria do Joaquimismo haverá ainda uma terceira tríade que corresponde à maneira individual de viver: os que vivem sobre a Carne, vivem sob o Pai; sob o Filho vivem a um tempo sob a carne e o espírito; os que vivem apenas sob o espírito estão sob a influência do Espírito Santo; nesta linguagem metafórica entenda-se a carne os prazeres do mundo e o espírito será a entrega total a Deus.
Agostinho da Silva transporta esta tese para os tempos actuais e dirá “estamos no limiar daquela idade de que profetizou o bom abade Joaquim”. O culto popular do Espírito Santo nos Açores, Tomar e Sintra são a prova de que há vontade, nos portugueses, no mínimo inconsciente de aspirar a esta utopia. Nos Açores é instalada uma criança como Imperador do Mundo. A criança pura, sem o estigma da escola, representa o modelo do homem a que se aspira, então está aqui o padrão daquilo que se deve fazer – “eles só coroavam “imperador do mundo aqueles que tinham escapado à educação”. É também partindo daqui que se deve entender a tentativa de Agostinho da Silva, sempre muito vaga, por vezes contraditória e, no mínimo polémica, de reformar a pedagogia e a escola portuguesa. “A educação não terá nenhuma outra tarefa senão a de deixar que a bondade inicial esplenda e seja” está eleito o ponto de partida para a construção de uma sociedade melhor.
A primeira tríade era a dos homens, divididos em três classes: casados vivendo sob o Pai; clérigos cujo patrono era o Filho; e os mais venturosos e perto da perfeição seriam os monges que viveriam sob o Espírito Santo. A segunda tríade era a das doutrinas dividia-se em três épocas: a Primeira idade foi a do Pai que corresponderia à do Antigo Testamento caracterizada pelo temor a Deus e tempo dos patriarcas; a segunda foi a do Filho correspondendo ao Novo Testamento e caracterizada pela evangelização e pelos sacerdotes; a terceira e última época será a do Espírito Santo ou Paracleto, caracterizada pelo domínio do espírito em que os homens se amarão e viverão em perfeita harmonia governados por um Papa Angélico ou um Imperador Virtuoso, a seguir virá o fim dos tempos com a última vinda de Jesus Cristo. Nesta teoria do Joaquimismo haverá ainda uma terceira tríade que corresponde à maneira individual de viver: os que vivem sobre a Carne, vivem sob o Pai; sob o Filho vivem a um tempo sob a carne e o espírito; os que vivem apenas sob o espírito estão sob a influência do Espírito Santo; nesta linguagem metafórica entenda-se a carne os prazeres do mundo e o espírito será a entrega total a Deus.
Agostinho da Silva transporta esta tese para os tempos actuais e dirá “estamos no limiar daquela idade de que profetizou o bom abade Joaquim”. O culto popular do Espírito Santo nos Açores, Tomar e Sintra são a prova de que há vontade, nos portugueses, no mínimo inconsciente de aspirar a esta utopia. Nos Açores é instalada uma criança como Imperador do Mundo. A criança pura, sem o estigma da escola, representa o modelo do homem a que se aspira, então está aqui o padrão daquilo que se deve fazer – “eles só coroavam “imperador do mundo aqueles que tinham escapado à educação”. É também partindo daqui que se deve entender a tentativa de Agostinho da Silva, sempre muito vaga, por vezes contraditória e, no mínimo polémica, de reformar a pedagogia e a escola portuguesa. “A educação não terá nenhuma outra tarefa senão a de deixar que a bondade inicial esplenda e seja” está eleito o ponto de partida para a construção de uma sociedade melhor.
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