11 fevereiro 2005

Casa do Douro pondera entregar as chaves ao Presidente da República

Os directores querem autorizações do Governo para venda das acções da Real Companhia Velha (RCV), de 15% dos estoques de vinho e a possibildade de estabelecimento de contratos para cadastro e de estudos laboratoriais.
Para os que não possuem grande memória ou não lhes interessa recordar, convirá dizer que os problemas importantes da Casa do Douro se iniciaram com a compra das acções da RCV. O objectivo era para além do papel de regulação e de representação dos pequenos e médios vitivinicultores, intervir no mercado do comércio e exportação. "O negócio" foi encorajado e abençoado por Cavaco Silva. A seguir foi abandonada à sua sorte pelo seu e sucessivos governos. O resultado é que a posição minoritária na RCV impediu a instituição duriense de ter qualquer acção no comércio do vinho do Porto.
Aos poucos, por acção dos governos do Terreiro do Paço, foi esvaziada de funções em claro benefício dos exportadores, acrescente-se a gestão perniciosa dos diferentes órgãos directivos, pondo em primeiro lugar os seus interesses e os dos correligionários que os acompanham em detrimento do interesse geral.
É possível na hora de mercado global e de doutrina neoliberal desenvolver projectos cooperativos e de interesse comum, bastando apenas que as regras do jogos sejam iguais e não se favoreça continuamente um dos lados - o mais forte, e muito importante que as pessoas que dirijam essas instituições acreditem nos valores que as sustentam e façam uma gestão leal e profissional.
A casa do Douro é um sustentáculo à economia das famílias durienses e absolutamente fundamental à estabilidade e desenvolvimento regional. Prevejo nesta campanha eleitoral um passe de mágica, apenas para calar protestos. Basta de brincadeiras!

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