12 julho 2014

A barragem que o país não precisa


Porque é que, sete anos depois de as multinacionais elétricas Iberdrola, Endesa e a EDP terem pago ao Estado português €640 milhões pelas concessões de sete novas barragens, apenas uma está em construção: a de Foz Tua, concelho de Alijó, com a particularidade de continuar envolta em polémica quanto ao impacto ambiental. 
 Há duas razões que surgem desde logo à cabeça: quebras sucessivas na procura de eletricidade e também falta de fontes de financiamento para pôr as obras de pé. 
Mas há ainda dois motivos adicionais, apontados pela associação ambientalista Geota: "temos excesso de potência instalada e o subsídio de €500 milhões que tinha sido estabelecido em 2010 para as novas centrais hídricas foi cortado para €300 pelo atual governo", explica Joanaz de Melo, dirigente daquele organismo e também professor universitário. 
 Este responsável garante também que, construir aquelas barragens - quase todas no norte do país -, é como fazer uma terceira auto-estrada entre Lisboa e Porto ao lado das outras duas que já existem.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/as-sete-barragens-que-o-pais-nao-precisa=f880643#ixzz37FskcJWe

6 comentários:

mc disse...

A Maldição continua para todos os que se atreveram a profanar o Vale do Tua..

já vai nos insoços Salgados ES
...........
No Sabor assassinam inocentes e suicidam-se


http://www.jornaldenegocios.pt/empresas ... ntral.html


Daniel Bessa: "O responsável número um da nossa desgraça é um banqueiro central"
11 Julho 2014, 01:54 por Lusa








"O engenheiro Sócrates é muito responsabilizado, e não há ninguém que o responsabilize mais do que eu, mas eu vejo-o como aquele egípcio que tomou os comandos do Boeing que se precipitou sobre as Torres Gémeas", disse o ex-ministro da Economia.
O economista e ex-ministro da Economia Daniel Bessa afirmou no Porto que "o responsável número um da nossa desgraça é um banqueiro central", cujo nome, porém, omitiu.

"O engenheiro Sócrates é muito responsabilizado, e não há ninguém que o responsabilize mais do que eu, mas eu vejo-o como aquele egípcio que tomou os comandos do Boeing que se precipitou sobre as Torres Gémeas", continuou Daniel Bessa.

O economista, que fez parte de um governo do primeiro-ministro socialista António Guterres, falava no jantar-debate promovido pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI), que teve como orador convidado o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.

Daniel Bessa disse que "já o Boeing ia a caminho das Torres Gémeas e ele (José Sócrates), no cumprimento de um guião qualquer, sentou-se ao comando, acelerou quanto pôde e, connosco lá dentro, enfiou-se contra as Torres Gémeas".

"É um destino, não tem nada de mal, cada um cumpre a sua função na vida e portanto ficará para a história por isso. Mas essa não é a responsabilidade maior. A responsabilidade maior é do mentor, não é do executante, e o mentor esteva no Banco de Portugal", prosseguiu Daniel Bessa, fazendo rir a assistência.

Segundo concluiu o economista, o mentor "disse que a partir da entrada no Euro, uma pequena economia aberta e financeiramente integrada, no regime de moeda única, não tem restrições financeiras. Endividar até sempre".

Bessa referiu-se antes a Carlos Costa como sendo "um banqueiro central atípico, que pensa nas questões da economia, do desenvolvimento e do futuro", referindo que o governador do Banco de Portugal "deu a entender" na sua conferência que "isto com consumo não é sustentável". "O caminho, é exportar, exportar, exportar", frisou

mc disse...

http://www.ambienteonline.pt/canal/detalhe/a-tara-do-facto-consumado-e-a-luz-ao-fundo-do-tunel

A tara do facto consumado e a luz ao fundo do túnel
"Ultrapassar esta doença exige uma mudança radical de mentalidade e um foco de atenção", escreve o responsável.
11.07.2014
Por João Joanaz de Melo, Professor universitário, dirigente do GEOTA

Em Portugal existe uma doença endémica: a tara do facto consumado. Ultrapassar esta doença exige uma mudança radical de mentalidade e um foco de atenção. O caso Foz Tua pode ser um caminho para a cura.

Em Portugal existe uma doença endémica, ainda não descrita pela ciência: a tara do facto consumado.

É esta doença que leva à passividade perante a corrupção e incompetência, aos fracos hábitos associativos e de participação cívica, e que permitiu o desperdício de dezenas de biliões de euros em obras públicas inúteis: auto-estradas sem carros, estádios sem espectadores, escolas sem alunos, aeroportos sem aviões, barragens inúteis para o sistema energético. Em última análise, é esta a doença que levou à crise orçamental e económica. Perante estes desacatos, o comum dos cidadãos encolhe os ombros e suspira: “eles” fazem o que querem, “nós” não podemos fazer nada.

Só há uma cura para a tara do facto consumado: é pegar em casos concretos escandalosos, aparentemente consumados, transformá-los de casos perdidos em causas a ganhar, e trabalhar a sério para a inverter a situação. O tratamento exige força de vontade, como um toxicodependente que se quer livrar do vício.

Entre os muitos casos que merecem a nossa atenção, podemos destacar um: a barragem de Foz Tua. No quadro do Programa Nacional de Barragens (colectivamente uma fraude em toda a linha) Foz Tua é ainda assim um caso especial. Se avançar, destruirá valores únicos como a centenária linha ferroviária e a paisagem fabulosa do vale do Tua; e com eles qualquer possibilidade de um turismo de qualidade e perspectivas de desenvolvimento, condenando esta (ainda) bela região ao abandono, ao despovoamento e à pobreza. Igualmente importante, a barragem de Foz Tua é a maior ameaça à integridade do Alto Douro Vinhateiro.

Foz Tua não é apenas mais uma obra má: é o símbolo de tudo o que está errado nas políticas (ou falta delas) de energia, ambiente, transportes, cultura, turismo, investimento público e desenvolvimento regional das últimas duas décadas. Os defensores desta barragem são os mesmos que provocaram a crise económica e de valores que o País atravessa.

Após sete anos de contestação persistente e com as obras recentemente iniciadas no terreno, atingimos um ponto de viragem. Por um lado, cresceu e consolidou-se um vasto movimento de opinião contra a barragem e a favor de um modelo de desenvolvimento alternativo, envolvendo residentes locais, ambientalistas, produtores de vinho, operadores turísticos, amantes e utilizadores do rio e do comboio, advogados, empresários, cientistas, engenheiros, artistas, jornalistas, políticos, autarcas, muitos milhares de cidadãos incluindo figuras públicas destacadas, nacionais e internacionais. Por outro lado, as propostas da EDP para os projectos complementares, como a mobilidade alternativa e a linha de muito alta tensão, revelaram-se absurdas, inviáveis, ou desrespeitam frontalmente as imposições da UNESCO e da avaliação de impactes. É hoje claro que as condições consideradas essenciais para a concretização da barragem NÃO vão ser cumpridas.

Parar a barragem é a única opção que neste momento faz sentido, por todos os motivos, sociais, culturais, ecológicos, económicos e até financeiros: é claramente a opção com custos mais reduzidos para o Estado e para os consumidores-contribuintes.

Provocação do mês
Foz Tua é um ponto focal da luta entre duas concepções do mundo: a sustentabilidade contra a ganância, o Estado de direito contra as oligarquias, a solidariedade contra o abandono. Quer ajudar o País a curar-se da tara do facto consumado? Quer reagir contra os interesses que nos (des)governam? SALVAR O TUA, PROTEGER O DOURO. Saiba como emwww.salvarotua.org

mc disse...

João Joanaz de Melo é licenciado e Doutorado em Engenharia do Ambiente. Professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Amante da Natureza, activista nas horas vagas, foi fundador e presidente do GEOTA.

mario carvalho disse...

http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/energia/detalhe/ministro_do_ambiente_ordena_inspeccao_a_barragem_da_edp_no_tua.html


a seguir aos governos, pps, grandes empresas, bancos , barragens, .. quem via cair a seguir...


Ministro do Ambiente ordena inspecção à barragem da EDP no Tua
28 Julho 2014, 12:43 por Miguel Prado | miguelprado@negocios.pt

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Investimento de 370 milhões de euros da EDP está a levantar dúvidas ao Governo do ponto de vista do cumprimento das obrigações ambientais do projecto.
O ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, ordenou à Inspecção Geral do Ambiente, Mar e Ordenamento do Território (IGAMAOT) que proceda a uma inspecção para averiguar sobre o cumprimento das obrigações da declaração de impacte ambiental do aproveitamento hidroeléctrico de Foz Tua.

Os resultados desta inspecção ao empreendimento que a EDP está a construir no rio Tua deverão ser apresentados ao ministro do Ambiente no prazo máximo de 30 dias úteis, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério do Ambiente.

"O aproveitamento hidroeléctrico de Foz Tua encontra-se em construção pelo que, como qualquer projecto sujeito a avaliação de impacte ambiental, deve respeitar não só toda a legislação e regulamentação geral aplicável, mas também todas as condições impostas ao licenciamento do projecto no referido procedimento de avaliação de impacte ambiental", refere o Ministério do Ambiente.

Recentemente, o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia recebeu queixas, designadamente da Plataforma Salvar o Tua, alegando que não estariam a ser cumpridas algumas das obrigações impostas pela DIA do aproveitamento.

A Plataforma Salvar o Tua fala em "graves infracções" e cita, entre os incumprimentos, "a linha de muito alta tensão, com impactes negativos graves e cujas opções em discussão não respeitam as exigências da Unesco e do processo de avaliação de impactes".

A barragem de Foz Tua começou a ser construída em 2011 e tem conclusão prevista para 2016, estando as obras a cargo de um consórcio que inclui a Mota-Engil, Somague e MSF. A central, cuja coordenação ambiental é da responsabilidade da empresa Profico Ambiente, terá uma potência de 252 megawatts (MW). A EDP está a investir neste empreendimento cerca de 370 milhões de euros.

Durante as obras de construção desta barragem já foram registadas as mortes de quatro trabalhadores, três em Janeiro de 2012 e uma em Maio último.

mario carvalho disse...

https://scontent-b-mad.xx.fbcdn.net/hphotos-xfp1/l/t1.0-9/10570565_10203785545255039_6631897559001953910_n.jpg

mario carvalho disse...

https://scontent-b-mad.xx.fbcdn.net/hphotos-xfp1/l/t1.0-9/10570565_10203785545255039_6631897559001953910_n.jpg