22 abril 2014

Um cravo... simples e belo

Nessa manhã, alguém se lembrou de oferecer um cravo... Vários fatores, uns bem intencionados, outros fortuitos contribuíram que o cravo se tornasse um símbolo da revolução de abril. Entre eles o de ser barato, bonito e fácil de colocar na lapela, certamente mais fácil do que um girassol. Não foram com certeza razões partidárias ou ideológicas que estiveram na assunção do símbolo. As fotografias de uma revolução pacífica, de uma alegria contagiante, pejada de valores utópicos, bela, simbolizada na flor que sai pelos canos das armas tornaram o cravo uma imagem que correu mundo.
Sinal de liberdade, de democracia, de justiça social. Foi associado à construção de uma sociedade melhor, utópica, sem classes. Mais pela cor do que pela flor, a esquerda atribui-lhe conotação ideológica, grito “vermelho”, como se ouve na canção. A direita, a delatora do espírito da revolução, saudosista do anterior regime, quis associá-lo a ideologias “esquerdistas”, “coletivistas” e “socializantes”.
O facto de alguns políticos não o colocarem na lapela nas cerimónias oficiais da Assembleia da República, murcha o espírito de abril e parece tornar o cravo, que é como abril quimérico, singelo e belo… a flor “maldita”.

Espreitando ou não na lapela de qualquer doutor, o cravo será sempre o símbolo do 25 de Abril, 
um grito vermelho, 
de liberdade…

Sem comentários: