Nessa manhã, alguém se lembrou de oferecer um cravo... Vários fatores, uns bem intencionados, outros
fortuitos contribuíram que o cravo se tornasse um símbolo da revolução de abril.
Entre eles o de ser barato, bonito e fácil de colocar na lapela, certamente
mais fácil do que um girassol. Não foram com certeza razões partidárias ou ideológicas
que estiveram na assunção do símbolo. As fotografias de uma revolução pacífica,
de uma alegria contagiante, pejada de valores utópicos, bela, simbolizada na
flor que sai pelos canos das armas tornaram o cravo uma imagem que correu
mundo.
Sinal de liberdade, de democracia, de justiça social. Foi
associado à construção de uma sociedade melhor, utópica, sem classes. Mais
pela cor do que pela flor, a esquerda atribui-lhe conotação ideológica, grito “vermelho”,
como se ouve na canção. A direita, a delatora do espírito da revolução, saudosista
do anterior regime, quis associá-lo a ideologias “esquerdistas”, “coletivistas”
e “socializantes”.
O facto de alguns políticos não o colocarem
na lapela nas cerimónias oficiais da Assembleia da República, murcha o espírito
de abril e parece tornar o cravo, que é como abril quimérico, singelo e belo… a
flor “maldita”.
um grito vermelho,
de liberdade…
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