A extinção do polo de turismo do Douro é mais uma machadada nos serviços públicos do interior do país!
Esta "reforma histórica", como foi classificada pela senhora secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, aprovada em conselho de Ministros é para os durienses mais do mesmo: serviços desviados da região, para assim se prejudicar o nosso desenvolvimento.
À primeira vista poderá pensar-se que esta racionalização trará benefícios ao país. Pensamos que não. A centralização principal pecha da falta de investimento no interior agravar-se-á, ficando as populações e os seus interesses dependentes de uma estrutura que normalmente olha para o seu umbigo e perpetiva interesses que não saem da grande cidade. Em nome da chamada racionalização assistimos à desistência de uma vasta parte do país. Mais do mesmo!
A classificação de Património Mundial, a paisagem, a gastronomia, o património histórico potenciam o destino turístico, eixo central do progresso local. O Douro está a fortalecer o terceiro lugar como destino turístico do país à frente de Lisboa e do
Porto. O aumento da procura está a lotar hotéis e a fazer aparecer no
mercado novas unidades. Bem recentemente, o «estudo de avaliação da atractividade dos destinos turísticos de
Portugal Continental para o mercado Interno», realizado pela Brandia
Central, aponta este destino como a paisagem «mais arrebatadora de Portugal». O Douro merecia uma melhor atenção e a localização de uma estrutura turística no seu espaço regional.
A reorganização do setor do turismo prevê a extinção das entidades regionais de turismo dos
polos do Douro, Serra da Estrela, Leiria-Fátima, do Oeste, do Alqueva e
do Alentejo Litoral e a sua fusão nas cinco áreas regionais de turismo:Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve .
Este polo, com sede em Vila Real, compreendia o território abrangido pelos municípios de Alijó,
Armamar, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mesão
Frio, Moimenta da Beira, Murça, Penedono, Peso da Régua, Sabrosa, Santa
Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço,
Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Real e Vila Nova de Foz Côa.
As realizações mais conhecidas eram o festival de animação das Aldeias Vinhateiras, o Festival de Cinema
Douro Film Harvest e uma parceria com a National Geographic Society.
O presidente da Turismo do Douro era desde 2009, António Martinho, ex-governador civil de Vila Real, como vice-presidente, o autarca de Moimenta da Beira, José
Agostinho Correia, e como vogais Ricardo Paninho Pereira e Mário
Mesquita Montes, representantes dos Municípios de Carrazeda de Ansiães e
Peso da Régua, respectivamente, bem como Rui Oliveira, que representa
empresas de rent-a-car e agências de viagens, navegação e promoção
turística.
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