18 junho 2007

Piscinas

Nota prévia: Este tema das piscinas carrazedenses está na minha agenda há uns tempos para ser tratado e não tem havido oportunidade. Não se trata dum trabalho jornalístico, será apenas um desabafo, fruto das minhas vivências e percepções e também condicionado pelo habitual secretismo que este concelho cultiva.

Um destes dias desloquei-me às ditas piscinas cobertas e como se diz "bati com o nariz na porta". Estavam fechadas. Não vi um aviso, uma informação, qualquer explicação, mas a culpa deve ser minha que ando sempre muito distraído ou, então ninguém precisará de saber nada.
Mais tarde, em conversa informal com uma funcionária municipal, soube que o motivo do encerramento se devia à putativa abertura da outra, a descoberta, ou a chamada "da Fontelonga".

Sou frequentador das novas piscinas e é com especial prazer que o faço, porque considero o espaço recentemente inaugurado muito bom e um lugar privilegiado para aliviar o stress, praticar desporto e até confraternizar.
Não tenho qualquer termo de comparação com qualquer empreendimento vizinho, pois nunca visitei nenhum deles. Contaram-me que se organizavam deslocações colectivas e regulares para usufruir das valências desses equipamentos, antes de dispormos de um semelhante. Não duvido que alguns daqueles que se deslocavam, agora não frequentem assiduamente a piscina local.
Mais do que uma vez, no local, comentei com amigos a pouca afluência de utentes. Alguém me disse "se não temos há muitos a criticar, se temos nada fazemos para usufruir. A piscina coberta pela fraca frequência que observei, parece-me ter sido feita para cerca de uma dúzia de privilegiados.

Valorizo a importância do empreendimento para a comunidade escolar, bem como a dinamização pedagógica em curso. Mais de trezentas crianças do 1.º Ciclo e Pré-Escolar tiveram aulas de natação. Aplaudo a perspectivação futura de várias actividades lúdicas para dinamizar o espaço. Relevo a simpatia dos funcionários no atendimento e nas solicitações que fiz. Compreendo o encerramento na base de que na falta de recursos humanos ou até financeiros, seja preciso optar. Exercer o poder é isso, porém as opções devem ser transparentes e devidamente explicadas.

Se este é um espaço que, penso, terá uma manutenção de custos elevados, dinheiro de todos nós, é também um equipamento público, por isso ao serviço de toda a população e deverá ser nesse sentido que a sua utilização deve ser orientada. Não pode ser utilizado, fora a participação escolar, exclusivamente por pouco mais de uma dúzia de pessoas. Por isso, terão de ser encontradas formas de que todas as camadas da população o frequentem: crianças, jovens, idosos, habitantes da vila e aldeãos. Se não valia mais, e ficava com certeza mais barato, financiar-se umas quantas piscinas privadas.

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