30 maio 2007

Greve

É no interior e particularmente no distrito de Bragança que a adesão às greves costuma ser mais diminuta. Normalmente são as pessoas por conta de outrém como os funcionários públicos que aderem a este tipo de luta. Assim, a ideia de que, nesta região, as pessoas trabalham por conta própria, isto é não têm patronato não é verdadeira, pois números recentes dizem-nos que só na cidade brigantina mais de 40% da população pertence ao funcionalismo público. Sabe-se que as outras actividades económicas gerenciadoras de emprego referem-se a pequenas empresas, ditas mais ou menos familiares, em que estas formas de luta não encontram eco.
Face à grande percentagem de trabalhadores dos serviços públicos, as verdadeiras razões do retraimento dos nordestinos, face a outras regiões do litoral, na adesão são várias:
1.ª a grande maioria destes trabalhadores enquadra-se em opções políticas mais conservadoras e menos contestatárias;
2.ª a falta de consciência de classe - os outros fazem por mim ou eu não posso perder o "meu dinheirinho desse dia que me faz tanta falta";
3.ª a ausência de hábitos reivindicativos;
4.ª o isolamento que se consubstancia na pouca mobilização;
5.ª a precaridade de muitos postos de trabalho particularmente nos jovens;
6.ª o receio de represálias...
Por estas e outras razões, as greves estarão condenadas ao fracasso.

Sem comentários: