14 maio 2007

Cronicar

Obesidade infantil

Em Portugal, referem as estatísticas “cerca de 32 por cento das crianças entre os sete e os nove anos de idade tem excesso de peso e 11 por cento é obesa”. No presente estima-se que na idade adulta metade da população tem peso a mais e 15 por cento é obesa. Os custos directos da obesidade absorvam 3,5 por cento das despesas totais de saúde. O futuro adivinha-se bem pior…

O sinal de alarme já soou. Professores, pais e encarregados de educação terão de estar atentos a esta nova realidade. As nossas crianças estão expostas a um massacre diário da publicidade, particularmente a TV, que lhes incute maus hábitos: a maioria dos anúncios televisionados refere-se a chocolates, bolos, bolachas, cereais e “fast-food”. Tudo produtos hipercalóricos, pouco interessantes numa dieta saudável.

Aliado à força imparável da propaganda dos mass media, os conteúdos disciplinares r5elativos à educação alimentar esbarram com grandes condicionalismos que começam na família e acabam nas rotinas diárias. Os encarregados de educação promovem e até incentivam as práticas de uma dieta deficiente ao colocarem nas pastas dos educandos ou ao disponibilizarem dinheiro para o efeito, alimentos inadequados a uma alimentação equilibrada. Nas escolas promove-se a venda em máquinas automáticas de todo o tipo de snacks impróprios a uma alimentação saudável. As cantinas, regra geral, não propiciam dietas saudáveis, privilegiando as gorduras e os hidratos de carbono. O resultado são crianças mais gordas e com um potencial para contrair diabetes e doenças cardiovasculares.

Muitas dos nossos alunos chegam à escola e recusam-se a tomar o leite escolar, a comer a sopa, o peixe, as saladas. Consomem uma grande diversidade de produtos ricos em açúcar, corantes, conservantes e outros que tais, aromatizados com os gostos que mais fácil aprendem. Junto com os livros, na mochila vai o substituto alimentar, o refrigerante ou produto da moda, publicitado na TV, ou então dá-se-lhe a respectiva moedinha para o adquirir na própria escola. O leite escolar distribuído no 1.º ciclo é exemplar: sem adição de muito açúcar, o menino torce o beiço e manifesta o desagrado, o encarregado de educação satisfaz a “birra” e coloca-lhe na mochila o substituto na forma de refrigerante, de leite chocolatado com excesso de açúcar ou do iogurte aromatizado bebível (dá trabalho utilizar a colher, uma nova moda!). Aos poucos chegar-se-á ao cúmulo de ficarem sem saber os verdadeiros sabores dos alimentos naturais.

Bem lhe prega a auxiliar da educação, bem o aconselha o professor, promovem-se campanhas… um esforço inglório. O menino "caprichoso", com o alto "patrocínio" do encarregado de educação que lhe satisfaz os caprichos, diz não às dietas saudáveis!

Um dos meus textos no Informativo de hoje

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