Especialistas reclamam verbas para fixar populações no interior
Especialistas em desertificação reclamaram este domingo mais verbas nos vários programas nacionais de desenvolvimento para fixar as populações no interior e combater aquele fenómeno, que já afecta um terço do território nacional.
«É necessário que os programas nacionais contemplem uma justa afectação de verbas para combater a desertificação e fixar as populações no interior, em especial nas zonas rurais», disse à agência Lusa o presidente da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), Eugénio Sequeira.
Esta é uma das conclusões das terceiras Jornadas Ambientais da LPN, que terminaram hoje, em Castro Verde, após quatro dias a «aprofundar o conhecimento público e científico sobre a desertificação», num encontro que juntou mais de 30 especialistas, nacionais e estrangeiros.
Apesar dos diferentes sinais de alerta lançados nos últimos anos, lamentou Eugénio Sequeira, «a verdade é que continuamos sem políticas nacionais, gerais e sectoriais para combater a desertificação».
«Se nada for feito nos próximos 20 anos, cerca de 66% do território pode ficar deserto e seco», acentuou, lembrando que, independentemente deste cenário futuro, cerca de um terço do território já sofre «uma grave desertificação». O fenómeno não está, contudo, confinado ao Sul do país, pois «todo o interior junto à fronteira com Espanha, do Algarve a Trás-os-Montes, está a ficar deserto», com a perda de potencial biológico dos solos e de população. «É preciso reivindicar medidas de discriminação positiva que possibilitem a fixação de população no interior, reduzindo a pressão sobre a orla costeira e resolvendo os problemas resultantes da litoralização da economia», afirmou.
Neste capítulo, Eugénio Sequeira defendeu a aposta nos Planos Zonais, que considerou «ferramentas de gestão do território essenciais para combater a desertificação».
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