08 abril 2006

Câmara devolve um milhão à Banca



A Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães vai devolver à Banca mais de um milhão de euros, provenientes de dois empréstimos. O objectivo é desaparecer da lista recentemente divulgada pela Direcção-Geral da Administração Local, que colocava a autarquia de Carrazeda na lista dos 57 municípios, ao nível nacional, impedidos de recorrer ao crédito bancário, por excesso de endividamento durante o ano passado.

"Queremos deixar de pertencer a essa lista, pois estamos lá indevidamente", garantiu, ao JN, o presidente da Câmara local, Eugénio de Castro.

Em reunião da autarquia foi decidido "devolver à Banca" aquele montante, já que "não se perspectiva, a curto prazo, a sua utilização para os fins a que estava destinado".

Tratava-se da revitalização das termas de S. Lourenço, cujo processo continua muito atrasado.

Dois empréstimos

Eugénio de Castro explica que a autarquia tinha contraído dois empréstimos, há cerca de cinco anos e em bancos diferentes, que somados ascendiam a mais de um milhão de euros. Apenas um deles tinha sido parcialmente utilizado.

Por causa de "um litígio quanto ao levantamento de verbas, relacionado com prazos", a Câmara decidiu cortar relações com um dos bancos, cujo nome o presidente não quis revelar, e mandou levantar todo o dinheiro para o depositar numa conta da Caixa Geral de Depósitos.

"Como levantámos toda aquela verba - cerca de um milhão de euros - contou como novo endividamento, que na verdade não foi concretizado", realçou, ao JN, o autarca.

Longe dos limites

Certo é que os movimentos acabaram por incluir o município de Carrazeda de Ansiães na lista negra que a Direcção-Geral da Administração Local elaborou, impedindo-o de aceder a novos empréstimos, salvo para investir em habitação social ou para financiar projectos comparticipados por fundos comunitários.

Eugénio de Castro garante que o município não precisa neste momento de recorrer ao crédito bancário e, como tal, o impedimento imposto pelo Governo não o afecta.

Por outro lado, assegura que a autarquia "está muito longe de atingir os limites de endividamento previsto por lei".

Eduardo Pinto



No JN

2 comentários:

AJS disse...

Sem comentários

sentir-ansiaes disse...

1.000.000 de euros (cerca de 200.000 contos)!
Quanto custa esta verba em juros bancários durante cinco anos?
Pedir um empréstimo deste montante para uma obra que não se sabe se se vai realizar e ficar a pagar juros durante cinco anos?
Alguém acredita que as entidades bancárias emprestaram o dinheiro de borla? Ninguém acredita.
Foi necessária uma notícia de jornal para lembrar o presidente da câmara que o dinheiro estava para ali esquecido?
Quem pagou os juros? Quem se responsabiliza pelo seu pagamento?
Tristemente hilariante!
A isto chama-se GESTÃO DANOSA do presidente da câmara de Carrazeda de Ansiães.!