São notas ao correr da pena
Mais de oitenta pessoas, na sua maioria professores do primeiro Ciclo e do Pré-escolar, estiveram presentes no Colóquio “A escola em meio rural – Reordenamento da rede escolar no 1.º Ciclo” que se realizou na pretérita sexta-feira no Salão dos Bombeiros Voluntários de Carrazeda de Ansiães.
Duas partes bem distintas caracterizaram o evento.
A primeira com a presença dos dois presidentes de Câmara de Carrazeda e Vila Flor e o docente da UTAD, Professor Luís Ramos que abordaram os temas da desertificação e desenvolvimento regional. Causas próximas diagnosticadas são o desinvestimento da administração central, particularmente no sector das acessibilidades.
A concentração das escolas é irreversível em duas etapas já definidas. Nos próximos anos lectivos, as crianças irão para as chamadas escolas receptoras, sete em cada dos dois concelhos e por fim serão concentradas num único Centro Escolar.
Mais de oitenta pessoas, na sua maioria professores do primeiro Ciclo e do Pré-escolar, estiveram presentes no Colóquio “A escola em meio rural – Reordenamento da rede escolar no 1.º Ciclo” que se realizou na pretérita sexta-feira no Salão dos Bombeiros Voluntários de Carrazeda de Ansiães.
Duas partes bem distintas caracterizaram o evento.
A primeira com a presença dos dois presidentes de Câmara de Carrazeda e Vila Flor e o docente da UTAD, Professor Luís Ramos que abordaram os temas da desertificação e desenvolvimento regional. Causas próximas diagnosticadas são o desinvestimento da administração central, particularmente no sector das acessibilidades.
A concentração das escolas é irreversível em duas etapas já definidas. Nos próximos anos lectivos, as crianças irão para as chamadas escolas receptoras, sete em cada dos dois concelhos e por fim serão concentradas num único Centro Escolar.
No que respeita a transportes, alimentação das crianças e equipamentos ainda há muitas dúvidas por parte dos municípios quanto a possíveis financiamentos.
Luís Ramos foi peremptório na sua análise reafirmando que a escola é uma valência fundamental na preservação do mundo rural e é primordial a aposta em algumas aldeias para que nem todas se extingam. Assim, a escola, a par de outros equipamentos é fundamental na manutenção das aldeias.
O Dr. Óscar Vaz, médico pediatra, também orador na parte da manhã, debruçou-se sobre o insucesso educativo, especificando, entre outros factores propiciadores do fracasso escolar, a atenção que deverá ser dada às horas de sono das crianças, a alimentação e o afastamento da família e meio social…
A segunda parte esteve mais centrada na escola e nos problemas dos docentes. O coordenador da área educativa sossegou os presentes de que aos professores dos quadros seria garantido trabalho, porém não foi muito claro na explicação.
Francisco Lopes coordenador de ensino no concelho de Alfândega da Fé dissertou sobre a realidade do 1.º Ciclo no seu concelho. A concentração de alunos é uma realidade que vai já em quatro anos e, no próximo ano lectivo, concentrará todas as crianças na sede de concelho. Nenhuma aldeia tem uma população escolar suficiente para manter uma escola e todas as hipóteses de concentrar numa freguesia é mais indesejável pela distância, reticências dos encarregados de educação do que na vila.
A concentração das crianças parece ser inevitável dados os poucos alunos em cada aldeia. Porém este é um assunto demasiado sério que não se compadece com precipitações. A situação é fruto de uma contínua baixa da população escolar que, todos parecem ter ignorado até ao presente e nada foi feito, chegando-se à situação de completa ruptura e de medidas drásticas. Lastima-se a uniformidade do cálculo que não contempla realidades diferentes entre o meio rural e o urbano. A reorganização da rede escolar é uma oportunidade única de edificar espaços com serviços, equipamentos e materiais que rompam com a actual situação deste sector de ensino em que é o parente pobre do edifício educativo do país. Uma prática pedagógica moderna exige cantinas, espaços para a prática desportivas, salas específicas para as áreas de expressões, biblioteca e mediateca, equipamentos pedagógico-didácticos dos quais os informáticos são uma peça fundamental.
Os representantes dos sindicatos colocaram a tónica nos anseios dos profissionais de ensino e na atenção a direitos adquiridos, exigindo-se consensos com as populações, transportes de qualidade, boas instalações.
Lamenta-se que, sendo este um tema de premente actualidade, muito importante na estratégia de desenvolvimento do concelho, da região e do país e depois de terem sido convidados muitos dos órgãos de comunicação social do distrito apenas um se tenha deslocado ao salão dos Bombeiros. Frustrante foi a ausência da rádio local que desta maneira se alheia de uma temática deveras valiosa.
Salienta-se a forte adesão dos professores dos sectores de ensino referidos, porém a temática a pouco mais parece interessar, pois para além daqueles, contam-se por um dedo da mão os demais presentes. Como alguém disse é aos naturais, em primeiro lugar, que compete resolver os problemas próprios e não esperar que outros os venham solucionar.
Pessoalmente, parece-me que a solução da construção de um Centro Escolar de média dimensão na sede do concelho e outros dois de pequena dimensão nas aldeias deveria ser equacionado.
Luís Ramos foi peremptório na sua análise reafirmando que a escola é uma valência fundamental na preservação do mundo rural e é primordial a aposta em algumas aldeias para que nem todas se extingam. Assim, a escola, a par de outros equipamentos é fundamental na manutenção das aldeias.
O Dr. Óscar Vaz, médico pediatra, também orador na parte da manhã, debruçou-se sobre o insucesso educativo, especificando, entre outros factores propiciadores do fracasso escolar, a atenção que deverá ser dada às horas de sono das crianças, a alimentação e o afastamento da família e meio social…
A segunda parte esteve mais centrada na escola e nos problemas dos docentes. O coordenador da área educativa sossegou os presentes de que aos professores dos quadros seria garantido trabalho, porém não foi muito claro na explicação.
Francisco Lopes coordenador de ensino no concelho de Alfândega da Fé dissertou sobre a realidade do 1.º Ciclo no seu concelho. A concentração de alunos é uma realidade que vai já em quatro anos e, no próximo ano lectivo, concentrará todas as crianças na sede de concelho. Nenhuma aldeia tem uma população escolar suficiente para manter uma escola e todas as hipóteses de concentrar numa freguesia é mais indesejável pela distância, reticências dos encarregados de educação do que na vila.
A concentração das crianças parece ser inevitável dados os poucos alunos em cada aldeia. Porém este é um assunto demasiado sério que não se compadece com precipitações. A situação é fruto de uma contínua baixa da população escolar que, todos parecem ter ignorado até ao presente e nada foi feito, chegando-se à situação de completa ruptura e de medidas drásticas. Lastima-se a uniformidade do cálculo que não contempla realidades diferentes entre o meio rural e o urbano. A reorganização da rede escolar é uma oportunidade única de edificar espaços com serviços, equipamentos e materiais que rompam com a actual situação deste sector de ensino em que é o parente pobre do edifício educativo do país. Uma prática pedagógica moderna exige cantinas, espaços para a prática desportivas, salas específicas para as áreas de expressões, biblioteca e mediateca, equipamentos pedagógico-didácticos dos quais os informáticos são uma peça fundamental.
Os representantes dos sindicatos colocaram a tónica nos anseios dos profissionais de ensino e na atenção a direitos adquiridos, exigindo-se consensos com as populações, transportes de qualidade, boas instalações.
Lamenta-se que, sendo este um tema de premente actualidade, muito importante na estratégia de desenvolvimento do concelho, da região e do país e depois de terem sido convidados muitos dos órgãos de comunicação social do distrito apenas um se tenha deslocado ao salão dos Bombeiros. Frustrante foi a ausência da rádio local que desta maneira se alheia de uma temática deveras valiosa.
Salienta-se a forte adesão dos professores dos sectores de ensino referidos, porém a temática a pouco mais parece interessar, pois para além daqueles, contam-se por um dedo da mão os demais presentes. Como alguém disse é aos naturais, em primeiro lugar, que compete resolver os problemas próprios e não esperar que outros os venham solucionar.
Pessoalmente, parece-me que a solução da construção de um Centro Escolar de média dimensão na sede do concelho e outros dois de pequena dimensão nas aldeias deveria ser equacionado.
1 comentário:
Estas "notas ao correr da pena" são bem explícitas quanto à oportunidade da realização do colóquio. O tema é mais sério do que se pensa e se não houver a médio prazo, medidas substantivas para inverter a situação caótica do nosso baixo índice demográfico, o mesmo irá acontecer às sedes de concelho!
Como atirar a primeira pedrada para o charco? Eis o busílis da questão!
Mota
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