26 novembro 2005

Sobre a violência doméstica

Esperança

Consumi a minha vida
À procura de amor.
Passei dias à espera das migalhas
Que caíssem dos teus afagos.
Mas não. Recebi agressões,
Bofetadas, ausências, ilusão.
Quantas vezes a dor corroía-me
Por dentro, e tu estavas mas
Não estavas por perto,
Embora estivesses ao pé de mim!
Quantas vezes esperei por ti
E tu, orgulhosamente no teu canto
Amuada não começavas nada…
Sim, cada dia envelheço,
Olho para trás, e tudo é passado,
Miragem, e o sonho amortece
Nos muros dos meus desejos.
Ai quem me dera ter a sorte
De o encontrar, um dia, sem contar…

João Nano

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