(...) heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com certeza a deles
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
(...) havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
Sim
a ratos
in "O poema pouco original do medo" de Alexandre O' Neill
1. Assassina, a primeira frase (não interessa quem a terá proferido 1º) tem que ver com o uso de pseudónimo. Muito boa gente vem aqui achar que por outros assinarem X ou Y, perdem a razão, vindo atacá-los por isso, com argumentos que vão do manual da cobardia ao ensaio sobre a cegueira. E os que o fazem (deixem-me metaforizar) contrapõem de Alexandre O' Neill esse "poema pouco original"...
Apesar de eu ser daqueles que uso _ meu nome próprio, e já haver pensado que todos também o haveriam de fazer, é verdade que num blog intitulado ‹‹pensar ansiães›› todos, num situação ideal, mas todos poderiam tomar um nome falso, pois o que importaria seriam (e só) as ideias, ricas ou pobres... Ideias, ideias! PRECISAM-SE, ideias!
Sem um rosto, ninguém viria aqui levar a discussão para questões pessoais, onde os afectos mesmo os politicamente incorrectos têm uma-qualquer razão...
2. Assassina, a segunda frase tem que ver com este blog ser um centro de crítica feroz. — Mas se o não fosse, construtivamente, então como Natália Correia: tal e qual: seria dispensável, constituindo-se _ _ mero pleonasmo.
Mas o problema (para quem o sente como _ _ problema) não tem que ver com o perigo de no blog se tomar a palavra? Que, como Jacques Derrida viu não é senão _ tomada do poder... Ou dito de outro modo,
por trás de cada discurso inscreve-se uma razão... E isso pode ser perigoso para quem não deseja confrontar-se, senão ao espelho próprio.
Mas não detenhamos no pranto. Que não somos toxico_
dependentes do Estado — por uma sociedade civil interveniente, propomos já um colóquio com o engº Gilberto Pinto, em data a designar brevemente, a pretexto do seu grande romance A Casa da Prelada, que os colaboradores do blog, prof. José Mesquita, dr. Rui Martins e escultor Paulo Moura, apadrinharão.
Vitorino Almeida Ventura
1 comentário:
também estarei presente, nem que seja apenas para contribuir para a "desconstrução" (Derrida) dos medos, dos mitos, dos pseudónimos e de outros constructos instalados...
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