15 novembro 2005

Encerramento de escolas e o silêncio que se gerou

Três dos sindicatos de professores que têm delegações em Bragança, não conseguem entender o silêncio das câmaras municipais perante o anúncio da Ministra da Educação, de que quer encerrar as escolas com menos de 20 alunos no fim desta no lectivo. SPZN, SINTEP E SPN uniram-se a uma só voz para contestar várias decisões do governo para o sector, referindo que elas prejudicam gravemente, sobretudo Trás-os-Montes.
Antes de entregarem uma carta reivindicativa ao Governador Civil de Bragança, os sindicatos chamaram os jornalistas para lhes dar conta do que consideram ser a maior crise de sempre na educação.

Entre as maiores razões de queixa para a região está a intenção do governo encerrar as escolas do 1º ciclo, com menos de 20 crianças. Lembram que no distrito de Bragança, isso significaria fechar as portas a quase 300. No mundo rural não ficará praticamente nenhuma sala de aula, mantendo-se a funcionar 70 estabelecimentos, na maior parte dos casos nas sedes de concelho.

Alice Susano a porta-voz das três forças sindicais diz que a decisão vai ser arrasadora e que contribuirá para a desertificação nas aldeias e posteriormente de toda a região, já que mais de duas ceentenas de professores vão ficar sem lugar na zona de quadro pedagógica e vão ter que se ir embora.

Os sindicatos lembram que se a Ministra quiser mesmo encerrar as escolas no final deste ano lectivo, as autarquias é que vão entrar em despesas incomportáveis com deslocações, infra-estruturas e alimentação das crianças e dificilmente têm essa capacidade, dai que não entendam o silêncio dos presidentes de câmara do distrito.


Notícia RBA

É incompreensível este silêncio das autarquias e das forças vivas da região perante esta ataque ao interior. As regiões que sofrem da desertificação humana terão de ter especificidades próprias que não são comparáveis ao todo nacional. Não é possível manter todas as escolas do distrito e algo terá de ser feito. Porém o fecho compulsivo de todas com menos de 20 alunos é insustentável e contribuirá para uma maior desertificação do nosso concelho...

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