Ponto prévio — Queria pedir desculpa a Um Zero Amarelo pela interpelação que me fez a propósito de Verdi... autor ouvido pelo personagem Alberto Guimarães, n' A Casa da Prelada de Gilberto Pinto, mas não me pude ocupar dela, senão agora. E vou responder, com as perguntas que coloquei ao próprio Gilberto Pinto... (Sem as respostas que depois poderão ler ao jornal O Pombal):
(?) — ‹‹(...) fui deitar no sofá da sala a ouvir o meu disco›› (pág. 129), ‹‹o meu Verdi›› (pág. 132)... Giuseppe, um dos maiores compositores românticos (1813-1901) e ‹‹O Trovador›› (pág 20), uma das óperas mais populares, dentro da trilogia de sua maturidade dramática com o Rigoletto e a Traviata, em compreensão profunda da humana condição, mas
o que tinha a perguntar era: — Alberto Guimarães vivia mentalmente fechado na sua ‹‹Teoria de Sistemas›› , escritório/sistema fechado, sem outputs musicais para cá do séc. XIX? Na era romântica, completamente fora da realidade?.
(?) — Antes do 7º capítulo, o meu amigo João Lopes de Matos facultou-me a ópera de Verdi tão do gosto de Alberto Guimarães. Eis a sinopse: O Trovador é a terrível história do segundo filho do defunto Conde de Luna — que, ao nascer, enfeitiçado por uma cigana, viveu sempre enfermo. Essa foi presa pelos soldados e queimada viva em praça pública no conjurar (d)o malefício. Mas a execução produziu um resultado inverso ao esperado, pois a velha feiticeira, antes de expirar-se, encarregou _ sua filha Azucena de vingá-la, pelo que esta se apressou a raptar o Infante amaldiçoado, ludibriando a vigilância dos que o guardavam. No dia seguinte, encontrado foi às portas do palácio o cadáver calcinado de um menino. Este desgosto custou a vida ao ancião Conde de Luna, mas duvidando ainda _ _ que o corpito consumido pelas chamas fora _ do seu pequeno, no último suspiro, impetrou ao seu filho varão um nunca deixar de investigar o caso e procurar incansavelmente o irmão para o caso de ele viver ainda... Então,
o menino é criado por Azucena, como filho, depois de se pensar que morrera no incêndio, quando morto fora o verdadeiro filho dela. Grande Trovador, bate-se por amores de uma dama — com o próprio irmão, o tal primogénito, herdeiro do Título. Por fim, morre no duelo, e quando morre, a cigana revela ao fratricida a verdadeira identidade do ora morto-matado.
— Para lá da explicação dada por ti da obra intemporal em que Alberto Guimarães fixou, encontras algum paralelismo no(s) incêndio(s) do Jornal de Notícias com o da história da ópera?
Post Scriptum: Era suposto o engº Gilberto Pinto (tentar) encontrar-se com o prof. José Mesquita ou com o dr. Rui Castro Martins, o fim-de-semana passado, na Carrazeda, visando ser avançada uma data... para o encontro dos bloggers em torno do romance dele. Acresce: apesar de ouvir e ler alguma coisa para a cadeira de História da Música, e já lá vão tantos anos, nunca fui especialista em Verdi. Se o dr. João Lopes de Matos aqui quiser vir (ou lá, no encontro responder-lhe), penso que Um Zero Amarelo ficará melhor servido com a sua opinião. Se não se importa reenvio-lhe mesmo a sua pergunta. Trata-se de um conhecedor e além do mais apaixonado, enquanto eu, apesar de reconhecer qualidade a, nunca fui muito tocado pela cena romântica.
Vitorino Almeida Ventura
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