«HÁ UM ano e meio, Alberto João Jardim apoiava publicamente uma candidatura presidencial de Santana Lopes e deixava no ar que, caso este não avançasse, ele próprio, Jardim, o faria para se opor a uma eventual candidatura de Cavaco Silva. No início de Fevereiro deste ano, há nove meses, em pleno desmanchar de feira do arraial santanista à frente do PSD e da governação do país, Jardim não poupava Cavaco: «O comportamento do senhor Silva é causa de expulsão do partido», vociferava. Esta semana, Jardim veio anunciar que, ele e o seu PSD/Madeira, «resolveram dar todo o apoio que for solicitado à candidatura nacional e suprapartidária do professor Cavaco Silva»...
(...)
Feita a cambalhota presidencial, a custo e para deleite de alguma assistência, Jardim tenta disfarçar a ginástica forçada e o contorcionismo que o levou a dar o dito por não dito no apoio a Cavaco: «E é escusado tentarem misturar nisto discordâncias meramente pontuais de outras ocasiões, normais em quem exige da democracia uma vivência e uma participação permanentes. Trata-se do interesse nacional. Esse é o essencial presente. Não há lugar a 'mas', nem a reticências»...
Pois, pois. Como diria Jardim, o respeitinho é muito bonito.
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José António Lima, Expresso
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