10 setembro 2005

Olá Filósofos

Foi com simpatia que recebi o convite do José A. Mesquita para uma vez ou outra colaborar no Pensar Ansiães. Aqui estou a partilhar uns versitos que farão parte de um futuro livro que acabei de escrever e iniciado em Agosto de 2004 – O Chafariz dos Ventos e do Amor – Espero que gostem. O roteiro falado dos chafarizes é uma próxima obra que espero concluir sobre esses espaços no nosso concelho. Esta é a primeira poesia que foi feita durante o almoço do casamento de uma sobrinha, a Paula que vive em Paris, cidade onde me convenci, depois de um episódio na Torre, que o mundo é mesmo pequeno e que quanto mais nos escondemos da sombra mais ela nos segue. Aí vão as letras…

O chafariz

Meu coração despedaçado
Encontrei-o espalhado pelas pétalas
Da rosa desfolhada pelo vento.
No chafariz da minha terra
Há quanto tempo não te encontro.
Agora suspenso em mim
Procuro-me em tudo de tudo.
Sinto-me em redemoinho.
Só o tempo e a paciência
Darão sossego ao tormento
Em que se tornou o meu querer!
No chafariz da minha aldeia,
Encontravam-se todos,
Cada um por sua vez,
Vacas, bois, homens e mulheres.
Ali tudo se combinava,
Matava-se a sede de água e de amor.
A mentira passava ao lado.
À noite, em tempo de calor,
Só os grilos ouvia
Enquanto pressentia
Que tu meu amor
Demoravas a dizer sim,
Ao meu desejo de te beijar.
Com muito ardor!
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Café os Lázaros
14/8/2004
Carvalho DEgas
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João M. Sampaio

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