Festas há-as no Verão um pouco por toda a parte.
Procuram manter uma tradição que vem de há muito tempo (quanto, não sei).
Lembro-me sobretudo de uma festa da minha infância – a da Lavandeira.
Aqui acorriam, a pé, a cavalo (a maioria) as gentes das redondezas.
Aí se admiravam as bandas de música, a marrã, as roletas, os foguetes, os doces (caseiros) e, sobretudo, a procissão com os seus figurantes, o pálio, o senhor padre e a sua prédica.
No fim regressava-se a casa com os brinquedos de madeira e lata e sonhava-se com a festa do ano seguinte.
Hoje as festas, e sobretudo a de Carrazeda, já não são assim.
As bandas de música foram remetidas para um plano secundário, os comes e bebes adquiriram um grande desenvolvimento e transformaram-se em negócio próspero, a procissão perdeu importância, a devoção diminuiu.
O que ganhou primazia foi o profano. Ajudados por técnicas altamente sofisticadas, os divertimentos arrasam tudo. As actividades económicas têm lugar próprio.
As festas não são já a mesma realidade. Desapareceu (ou quase) a pobreza de outros tempos e as técnicas modernas levam nitidamente a melhor sobre as formas tradicionais.
Sente-se mesmo que aquilo que de antes resiste tem necessariamente que mudar para poder persistir; de contrário, desaparece.
João Lopes de Matos
Procuram manter uma tradição que vem de há muito tempo (quanto, não sei).
Lembro-me sobretudo de uma festa da minha infância – a da Lavandeira.
Aqui acorriam, a pé, a cavalo (a maioria) as gentes das redondezas.
Aí se admiravam as bandas de música, a marrã, as roletas, os foguetes, os doces (caseiros) e, sobretudo, a procissão com os seus figurantes, o pálio, o senhor padre e a sua prédica.
No fim regressava-se a casa com os brinquedos de madeira e lata e sonhava-se com a festa do ano seguinte.
Hoje as festas, e sobretudo a de Carrazeda, já não são assim.
As bandas de música foram remetidas para um plano secundário, os comes e bebes adquiriram um grande desenvolvimento e transformaram-se em negócio próspero, a procissão perdeu importância, a devoção diminuiu.
O que ganhou primazia foi o profano. Ajudados por técnicas altamente sofisticadas, os divertimentos arrasam tudo. As actividades económicas têm lugar próprio.
As festas não são já a mesma realidade. Desapareceu (ou quase) a pobreza de outros tempos e as técnicas modernas levam nitidamente a melhor sobre as formas tradicionais.
Sente-se mesmo que aquilo que de antes resiste tem necessariamente que mudar para poder persistir; de contrário, desaparece.
João Lopes de Matos
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