Em tempo de campanha eleitoral, muito se tem falado sobre o desenvolvimento do concelho. E aqui notam-se duas tendências:
Uma que envolve um desenvolvimento generalizado, não distinguindo a sede do concelho das restantes partes – as aldeias.
Outra que sente a necessidade de acompanhar e resolver as necessidades básicas das aldeias, mas centra a sua especial atenção na criação de um pólo principal – a sede do concelho.
Uma tem em vista que todas as pessoas, situem-se onde se situarem, têm direito ao gozo das mesmas regalias e comodidades.
A outra acha que é necessário que uma localidade tenha um mínimo de dimensão para que certas iniciativas (nos domínios cultural, desportivo, comercial, industrial, convívio social) possam ter um movimento razoável que permita uma viabilidade efectiva.
A primeira preocupa-se sobretudo com problemas de justiça relativa. A segunda tem por base razões de ordem essencialmente pragmática.
O que tem acontecido até ao momento é que as aldeias se têm vindo a desertificar e esse fenómeno parece tender a acentuar-se dado que nessas localidades há a predominância de pessoas de idade que mantêm ainda um tipo de economia que parece totalmente ultrapassada. Morrendo os velhos, a população diminui e a economia que lhe serve de suporte (agricultura em pequena escala) desaparece.
A agricultura que se pensa possa vir a persistir não pertence a proprietários residentes nas aldeias nem os seus trabalhadores são locais, mas pertence a proprietários residentes por vezes mesmo muito longe e os trabalhadores necessários são transportados diariamente dos mais diversos lugares.
Um meio com uma dimensão razoável vai permitir a criação de infra-estruturas (pavilhão gimnodesportivo, piscina, centro cultural, parque industrial, salão paroquial, estádio desportivo, zona comercial) que possibilitem um movimento mínimo e uma vida social agradável e com um número suficiente de pessoas para dar vida efectiva e viabilidade económica às diversas iniciativas.
As comunidades das aldeias não irão ficar ao abandono mas há, por exemplo, circunscrições administrativas (as freguesias) que terão de ser reduzidas em número.
O apoio de todos os habitantes será feito sobretudo a partir da sede do concelho mas teremos de ter em conta, nos investimentos feitos, a evolução provável.
Deverá o desenvolvimento basear-se na previsão do crescimento das aldeias ou no crescimento da sede do concelho e de moradias dispersas, não constituindo estas verdadeiros aglomerados populacionais?
Será que haverá processo de evitar a desertificação gradual das aldeias?
Será que viver numa localidade com uma dimensão mínima é preferível à vivência nas aldeias?
Procurei delinear aqui um problema que me parece assumir uma certa acuidade nos tempos actuais.
Ele tem várias perspectivas e merece ser aprofundado de diversos ângulos.
Quem quer dar uma contribuição?
João Lopes de Matos
Uma que envolve um desenvolvimento generalizado, não distinguindo a sede do concelho das restantes partes – as aldeias.
Outra que sente a necessidade de acompanhar e resolver as necessidades básicas das aldeias, mas centra a sua especial atenção na criação de um pólo principal – a sede do concelho.
Uma tem em vista que todas as pessoas, situem-se onde se situarem, têm direito ao gozo das mesmas regalias e comodidades.
A outra acha que é necessário que uma localidade tenha um mínimo de dimensão para que certas iniciativas (nos domínios cultural, desportivo, comercial, industrial, convívio social) possam ter um movimento razoável que permita uma viabilidade efectiva.
A primeira preocupa-se sobretudo com problemas de justiça relativa. A segunda tem por base razões de ordem essencialmente pragmática.
O que tem acontecido até ao momento é que as aldeias se têm vindo a desertificar e esse fenómeno parece tender a acentuar-se dado que nessas localidades há a predominância de pessoas de idade que mantêm ainda um tipo de economia que parece totalmente ultrapassada. Morrendo os velhos, a população diminui e a economia que lhe serve de suporte (agricultura em pequena escala) desaparece.
A agricultura que se pensa possa vir a persistir não pertence a proprietários residentes nas aldeias nem os seus trabalhadores são locais, mas pertence a proprietários residentes por vezes mesmo muito longe e os trabalhadores necessários são transportados diariamente dos mais diversos lugares.
Um meio com uma dimensão razoável vai permitir a criação de infra-estruturas (pavilhão gimnodesportivo, piscina, centro cultural, parque industrial, salão paroquial, estádio desportivo, zona comercial) que possibilitem um movimento mínimo e uma vida social agradável e com um número suficiente de pessoas para dar vida efectiva e viabilidade económica às diversas iniciativas.
As comunidades das aldeias não irão ficar ao abandono mas há, por exemplo, circunscrições administrativas (as freguesias) que terão de ser reduzidas em número.
O apoio de todos os habitantes será feito sobretudo a partir da sede do concelho mas teremos de ter em conta, nos investimentos feitos, a evolução provável.
Deverá o desenvolvimento basear-se na previsão do crescimento das aldeias ou no crescimento da sede do concelho e de moradias dispersas, não constituindo estas verdadeiros aglomerados populacionais?
Será que haverá processo de evitar a desertificação gradual das aldeias?
Será que viver numa localidade com uma dimensão mínima é preferível à vivência nas aldeias?
Procurei delinear aqui um problema que me parece assumir uma certa acuidade nos tempos actuais.
Ele tem várias perspectivas e merece ser aprofundado de diversos ângulos.
Quem quer dar uma contribuição?
João Lopes de Matos
1 comentário:
Caro Doutor:
V.ª Ex.ª põe "o dedo" na ferida.
A continuar tudo como está, inevitavelmente, o único agregado populacional a sobreviver será a vila. No entanto, parece-me que a própria sobrevivência da sede de concelho assenta no desenvolvimento global e harmonioso de todo o município. No seguimento da sua lógica, se se forem as aldeias também se vai a vila. O que hoje sucede com as aldeias, mais tarde ou mais cedo passar-se-é com Carrazeda - a força da atracção das cidades, e particularmente o eixo Mirandela, Macedo e Bragança, será tão forte que localidades como as vilas do interior perderão aos poucos população e dinamismo, tendendo a desaparecerem.
Mas há solução (eu sou optimista por natureza e acredito em ideais) e ela passa pelo querer das gentes e particularmente pelos decisores políticos locais e nacionais. Depois será necessário reunir pessoas, fomentar o aparecimento de ideias, tomar decisões e acreditar na força de um concelho em que as partes fazem a força do todo.
É essa uma das funções deste blogue. Vamos "Pensar Ansiães"!
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