Verdade, rigor e dedicação

Declaração de interesses (sou candidato independente, nas listas do PS para estas eleições autárquicas, no caso, para a Assembleia Municipal)

Trata-se de encontrar uma opinião sobre a qualidade da gestão autárquica do Presidente atual Prof. José Luís Correia. Esclareço que não participei anteriormente na campanha que o elegeu e naturalmente o legitimou no cargo. Por sua vez e apesar de gostar da minha terra, não estou aqui radicado, pelo que não acompanho como gostaria o seu dia-a-dia.

Isso não obsta a que não seja exigente e crítico ao olhar para o estado da minha terra. Tudo para justificar as interrogações que aqui deixo e perguntar se alguém me ajuda a esclarecê-las.

Assim enumero áreas e exemplos de atuação e, pergunto, em que é que o concelho ganhou:

- Houve realmente algum esforço louvável de pugnar pela união e concórdia entre todos, que tão mal tratadas foram pelo anterior mandatário, por exemplo na discriminação política?

- Houve realmente alguma vontade de “descer” ao povo para o ouvir e o ajudar a resolver problemas prementes? Por exemplo, foi feita alguma discussão pública para a qual o povo fosse convocado?

- São ouvidas pela Câmara opiniões de entendidos para se tomarem as melhores resoluções? Por exemplo, quem é que este ano fez o marketing da promoção das Festas da Maçã e do Vinho, onde se gastou tanto dinheiro!? É que no programa eleitoral propunha-se a criação de um “plano de marketing turístico”!

 - Desburocratizaram-se os serviços? Por exemplo, já não é preciso um mês para ter uma licença para construir um galinheiro?

- Uma das promessas não cumpridas deste Presidente foi a de convocar a gente da Diáspora para um encontro onde nos conhecêssemos e se estudassem ideias de colaboração, entreajuda, possíveis investimentos, etc. Eu julgo que teria sido importante concretizar esta ideia, sobretudo sobre o ponto de vista da possível motivação para investimento local. Na minha opinião, esta promessa e muitas outras não se realizaram porque era preciso trabalhar. Se apenas fosse preciso fazer um despacho teriam sido concretizadas muitas ideias. Se repararmos, quando se trata de tomar decisões, de empreitar, encomendar projetos e distribuir subsídios, a coisa vai. Quando se trata de planear, organizar, dirigir, já é mais complicado. 

- Existindo um gabinete orientado para a cultura e desporto, justifica-se perguntar se apareceu alguma iniciativa válida e que tenha dado algum fruto. Que teriam estado a fazer nestes quatro anos tantos funcionários ligados a este sector? Teriam estado todos a escavar no Castelo, ou a treinar atletas na Piscina Coberta!? No seu programa eleitoral, o senhor presidente utilizava cinco páginas só para fazer promessas na educação, cultura, desporto e lazer!

- Outra pergunta tem a ver com a criação de emprego. Conhece-se alguma iniciativa do Município de que tenha resultado a criação de emprego na região? Recentemente terá havido um programa nacional de incentivo em que a Câmara entrava em parceria. Dos muitos concorrentes só foram privilegiados alguns. A pergunta que eu faço é a de saber se o Município perguntou aos candidatos perdedores, de que condições precisavam para, mesmo assim, tentarem apostar na criação das suas empresas.

- Sabendo-se que o atual presidente já leva cerca de 30 anos de atividade autárquica (Presidente de Junta de Freguesia, Presidente da Assembleia Municipal e atualmente Presidente de Câmara) justifica-se questioná-lo sobre o seu empenho na resolução de problemas prementes. Por exemplo: sobre a resolução do caso da legalização das “ Águas de Carrazeda”; sobre a recuperação do parque de estacionamento subterrâneo do Centro Cultural; sobre a avaliação do interesse dos parquímetros instalados na Vila; sobre a resolução de algumas obras embargadas, de que se dá o exemplo do “castelo altaneiro” plantado ao lado da Farmácia Rainha; sobre a promessa da construção de equipamentos para prática desportiva e sua dinamização; sobre a viabilização do mercado municipal, etc.

-Tivemos um belo exemplo de demagogo, o Presidente anterior. Mas pergunta-se, se a coisa mudou assim tanto para melhor. Esta sucessão de inaugurações dentro da campanha eleitoral, o que são! É justo convocar os Mortos pela Pátria em período de campanha eleitoral para lhes fazer uma cerimónia de homenagem!? E sobre os cerca de 42 funcionários disponíveis pela lei para participarem agora nas campanhas eleitorais! Este exército de voluntários está disponível por vontade própria! Ou foram pressionados com promessas!?  

Ao chegar aqui já muitos dirão que tenho algum caso pessoal com o senhor Presidente. O mesmo já foi dito anteriormente e a realidade dos factos demonstrou que estavam errados. Na verdade eu apenas questiono porque me julgo no direito de requerer verdade, rigor e dedicação ao serviço da causa pública.