Possivelmente o aspeto positivo que a gestão do Prof. José
Luís teve no nosso Município foi o pagamento aos Bancos, de uma
percentagem da divida descomunal, que herdou. A memória é curta mas há quem se
recorde da responsabilidade que ele teve também na contração dessa divida e no
modo desregrado com que se usou esse dinheiro. Assim, não fez mais do que a
obrigação de, com o nosso dinheiro, tapar parte do buraco que ajudou a
fazer. O buraco continua a existir e sabe se lá de que tamanho!
Numa apreciação geral podemos perguntar-nos que evolução teve o
nosso concelho com a sua gestão?
Ganhou alguma projeção de índole política, económica e social?
Gerou alguma riqueza?
Evoluiu em comparação com os concelhos limítrofes, que são
a sua referência?
As populações tornaram-se mais prósperas, mais evoluídas ou mais
solidárias?
Numa apreciação do estilo e modo de desempenho de
presidente pergunta-se:
- Terá desaparecido o compadrio! As pessoas foram mais ouvidas!
Houve mais sensatez na gestão da coisa pública! Houve mais
competência e sentido crítico?
São perguntas para as quais cada um terá a sua resposta.
Atendendo à conjuntura atual em que, para o Estado ter dinheiro
para distribuir, precisa de o surripiar em impostos junto de quem trabalha
ou de quem já trabalhou, pergunta-se :
- Qual a diferença entre ter investido num cemitério
inútil ou agora na reconstrução de um moinho de vento trivial?
- Para que servirá um novo mercado municipal já que se sabe que
o anterior não funcionou por falta de dinâmica do comércio da Vila?
- Porque será que se mantém iluminado o Pinocro da Fontelonga, o
Parque de Merendas do Sr. Eugénio e a envolvente à Piscina, e não conseguem
fazer chegar a luz às muralhas do nosso Castelo, quanto mais não seja, para
viabilizar o posto de atendimento que lá construíram, sem água e luz?
- Porque será que há dinheiro para fazer museus, recuperar
lagares, calcetar e iluminar becos, construir nichos e fazer festas e não há
dinheiro para adquirir o Solar degradado dos Mesquitas, na povoação das
Selores, que é a nossa joia mais valiosa de património construído!
- Porque será que há tanto comodismo, tanta falta de
conhecimento e tanto mau gosto, por exemplo na Divisão do Pelouro da
Cultura desta Câmara Municipal?
- Porque será que esta gestão camarária, que se diz tão poupada
e rigorosa, não foi capaz de resolver a ilegalidade da Empresa “ Águas de
Carrazeda” onde continuam a trabalhar ilegalmente funcionários do
Município?
Quem assim fala acredita que estes cenários poderiam ser
diferentes. Acredita que é possível contar com gente competente e capaz
de ajudar a mudar o nosso destino. Acredita que é possível convencer quem
trabalha a investir nas nossas potencialidades, acredita na gente da Diáspora
que está disposta a contribuir, acredita nas potencialidades e riqueza do nosso
concelho. Tem orgulho do património que herdou dos seus antepassados.
Só com as pessoas poderemos pensar em futuro. Por mais
Parques Desportivos, Piscinas Municipais, Casas Mortuárias, Centros Culturais,
Museus temáticos, Moinhos recuperados, saneamentos e eletrificações,
jardins, festas e romarias, nada terá justificação se não houver gente
para viver e usufruir. Ora o que acontece é que cada vez temos menos gente
válida e inválida no concelho. Os válidos parece que fogem daqui. Porque
será?
Quem é que ainda acredita que é possível, apesar da perda de
previsíveis direitos e regalias (Tribunal Judicial, Finanças, Escola de
Terceiro Ciclo, Gabinete da EDP, Etc.) ainda é possível não perder o
concelho?
É com estes que temos de contar
2 comentários:
gostei de o ler.. apesar de algumas divergencias,, já tinha saudade dos seus comentarios.. pelos foi mais um que se foi mas, felizmemte regressou
cump
A ilusão de fingir que se fez obra paga-se caro. Daqui a 4 anos, perdão, daqui a 4 meses, estaremos mais abandonados e com menos concelho. O que nos resta? Levar os velhinhos a dar um passeio de autocarro e de barco, fazer uma festinha num mercado reconstruido para as moscas e distribuição de uns poucos tachos pelos Boys e Girls. Mas se o povo vai continuar a querer, viva o povo!
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