14 março 2012

Dezenas acampam em Foz-Tua contra a barragem da EDP

  Mais de 50 pessoas já passaram pelo acampamento ACTUA, que está a acontecer desde o dia 10  até ao dia 18 de Março, contra a barragem da EDP e pela defesa do Rio Tua. Em Foz-Tua, junto aos trabalhos de destruição do vale, o evento assinala assim o Dia Internacional pelos Rios, que se celebra amanhã, 14 de Março.

O objectivo é travar a destruição do Rio, do Vale e da Linha do Tua, movida pelo lucro. Os habitantes da região têm mostrado a sua revolta em relação à barragem e o seu apoio ao acampamento, nomeadamente com a oferta de alimentos.

Todos os dias há diversas actividades, como debates, passeios e acções de protesto. Amanhã dará início uma vigília pelo Tua e a exposição de arte “Actua pelo Tua”. No próximo sábado, dia 17, terá lugar uma concentração de protesto junto às obras de destruição do Rio Tua.

O acampamento está também a mostrar na prática que há formas diferentes de viver. No ACTUA as tarefas são organizadas de forma comunitária, os recursos são partilhados e a electricidade é fornecida através de energia solar. O acampamento é organizado colectivamente por todos os participantes, voluntários, com o apoio de várias organizações da sociedade civil.
Mariana Jordão, participante no ACTUA
“Viemos cá, nem mais nem menos, para parar a construção da barragem. Para de uma forma activa dizer não, junto da população, junto do sítio onde as pessoas estão a ser directamente afectadas. Para mostrar resistência contra coisas que nos são vendidas como dados adquiridos.
Motiva-me a beleza do lugar, as pessoas, a vontade de mudança.
Para quem já conhecia a beleza deste vale, o sítio da construção é um cenário dantesco. Revela o total divórcio entre o ser humano e a natureza. Queremos criar uma consciência colectiva capaz de entender o crime ambiental que se está aqui a cometer. A grande maioria das pessoas está contra a barragem: esperamos contrariar a apatia generalizada e levar as pessoas à acção.”
Senhor Manuel, habitante de Foz-Tua
“Eu queria tanto que esta barragem parasse. Não é construção nenhuma, é só destruição. Não traz nada para a população. Custa muito vê-los destruir tudo... Vão afundar uma linha de comboio centenária: tiraram a linha de comboio, tiraram-nos tudo.”

Comunicado de imprensa
Foz-Tua, 13 de Março de 2012

16 comentários:

Anónimo disse...

Há pessoas que realmente não sabem o que querem !
São elas as primeiras a consumir energia desde ao micro-ondas ao secador de cabelo; pregoam moralidades:
Nós, já não sabemos viver sem luz e sem electrodomésticos que a consomem.
Havia de haver mais produção, para se tornar mais barata, isso sim !
É verdade, que se vai notar na paisagem, mas, será melhor ver painéis por tudo que é sítio, tudo à sorte e desorganizado ???
Os painéis não prejudicam a paisagem ???
A linha férrea já passou á história
e, nunca mais dará frutos !!! X9

Anónimo disse...

Mais 1 invejoso que não tem onde pôr o seu painel ou dinheiro para o pôr!
Pela minha parte íamos para lá todos
acampar e fazer a revolução!
Nenhum rico é dono do que é de todos!
Ainda havemos de pagar bem caro estes bens,tal como a água,que todos sabemos já quanto nos custa, e que devia ser gratuita,pagando apenas os contadores,os exageros e as despesas para nos chegar a casa.

Anónimo disse...

Óh X9: a via férrea já passou à história? Então porque é que os países muito mais desenvolvidos que o nosso, privilegiam a via férrea em detrimento do alcatrão? Serão eles mais ignorantes do que o X9? Não acha isso um absurdo? Você tem cada uma!
X10

Anónimo disse...

Óh das 11.33:
Então você diz países desenvolvidos e, muito bem !
O nosso país está em subdesenvolvimento, é notório que a linha do Tua só dá prejuízo e que todos os portugueses têm que pagar os custos.
Só os ignorantes é que não querem ver ...
tem cada uma ! óh das 11.33

Anónimo disse...

Ó das 11:53, você tem cada uma! qualquer pessoa compreende que a linha do Tua, se fosse devidamente modernizada, com novas valências na ferrovia com novos carris, novas e melhor adaptadas carruagens que teriam de ser mais confortáveis, remodelação das estações principais, atrações turísticas envolvendo a cultura, os costumes locais, a gastronomia, o artesanato, etc., tudo devidamente publicitado nos Media, se fizesse isto, como o fizeram e fazem os países desenvolvidos, então a nossa linha do Tua tinha grande viabilidade, pelas condições únicas que tem. Compreende, ó da 11:53? Você tem cada uma! Tem que se instruir mais, tã bem?
X10

Anónimo disse...

A construção da barragem vai tornar a eletricidade mais cara.
Há uma taxa que acresce à sua fatura de eletricidade para pagar o Plano Nacional de barragens.
Muito do dinheiro da construção advém dos impostos dos portugueses, fruto das PPP
A energia resultante é insignificante. Destrói-se parte do património que devíamos deixar aos nossos filhos.
Ponha numa balança...

Anónimo disse...

Óh X10
Vê, como me está a dar a razão !
Tenho que me instruir mais .
Nós só cá temos atraso, eu, faço parte desse atraso...
Só, se o atraso vier a dar dinheiro, de outra forma não vejo melhoras para a região.
Como você que é uma pessoa instruída deite mãos à obra, eu fico-lhe muito grato, tã bem ???
X9

Anónimo disse...

Ok, X9, assim já nos entendemos! E não tem nada que agradecer!
X10

Anónimo disse...

Comissão de vencimentos mantém salário fixo de Mexia em 600 mil euros e altera variável

16/03/2012

Os accionistas da Energias de Portugal vão deliberar sobre a remuneração dos órgãos sociais para os próximos três anos. A proposta da comissão de vencimentos foi já publicada na CMVM, sendo que as alterações são poucas face à política de remunerações que tem sido seguida na eléctrica portuguesa nos últimos anos.

A proposta avança no sentido de manter o salário fixo anual do presidente executivo do conselho de administração em 600 mil euros, sendo que os administradores da eléctrica continuarão a ganhar 80% da remuneração atribuída actualmente a António Mexia.

Na proposta, a comissão de vencimentos diz que efectuou uma análise à política de remunerações, tendo em conta a alteração na estrutura accionista da EDP, sendo que como termo de comparação utilizou as remunerações fixas atribuídas aos gestores das cotadas que integram o índice EurostoxxUtilities e o PSI-20.

O valor da remuneração fixa a atribuir ao presidente da EDP até 2014 é classificado “adequado” e “competitivo” e a comissão de vencimentos lembra que é o que é praticado desde 2006, pelo que será igual durante nove anos (até 2014). Além disso, assinala a comissão de vencimentos, fica abaixo do universo analisado.

Se na remuneração fixa não há alterações, na variável a comissão de vencimentos propõe mudanças, que passam por premiar em mais longo prazo, em detrimento do curto prazo.

A remuneração variável anual passa a ter um limite máximo de 80% da remuneração fixa, quando antes o limite era de 100%. Assim, se o salário de Mexia poderia chegar aos 1,2 milhões de euros por ano, agora terá um valor máximo de 1,08 milhões de euros.

A remuneração variável atribuída aos administradores da eléctrica é nula se a EDP cumprir menos de 90% dos objectivos fixados no plano de negócios e atinge os 80% do salário fixo se superarem os objectivos em 10%.

Se a remuneração variável anual desce, a variável plurianual, que só é atribuída no final do mandato, é melhorada. Se antes tinha um limite de 100% da remuneração fixa bruta do mandato (1,8 milhões de euros para o caso de Mexia), agora poderá chegar a 120%.

Para obter esta remuneração variável plurianual, a gestão da EDP tem que atingir 90% dos objectivos fixados para o mandato. Ou seja, no limite máximo, o CEO da EDP pode receber uma remuneração variável adicional de 2,16 milhões de euros em 2014, no final do mandato.

mario carvalho disse...

Por Vasco Pulido Valente - Público dia 17 Março

Em grosso, renda era o nome que se dava antigamente ao produto do trabalho não-pago. Os servos trabalhavam e os senhores guardavam. No essencial, nada mudou muito.


Os servos trabalham e os senhores recebem


Na TVI, Marques Mendes, que já foi presidente do PSD, disse sem rodeios de linguagem que a EDP se portava como um Estado dentro de um Estado e que mandava no Governo. Num programa de “prestígio” da SIC, os comentadores concordaram os três com esta opinião, pelos menos, brutal. E, num outro programa, uns tantos peritos, com a colaboração entusiástica de um antigo ministro de Cavaco, passaram uma hora a explicar as rendas de que a EDP neste momento goza e de que nunca em tempo algum deveria ter gozado. Solenemente, o jornalista que dirigia a conversa declarou a sessão um verdadeiro “serviço público” e houve por aqui e por ali alguns murmúrios, que não deixavam dúvidas sobre os sentimentos do cidadão comum.
Mesmo para ele, a história ultrapassava o admissível.

Perante isto, que pode uma pessoa fazer? Ir a Oeiras chamar Otelo? Não sair mais de casa? Ou apanhar o primeiro avião para Inglaterra? Porque a monstruosidade em que se tornou a EDP não apareceu de repente, num acesso de incúria ou de generosidade ou, como o Império Britânico, por pura distracção. A EDP, como existe agora, exigiu tempo, o trabalho de centenas de peritos, de redes complicadas de influência política, de muito dinheiro e do zelo de escritórios de advogados, com certeza competentíssimos, que se encarregaram de tornar o embrulho à prova da lei. Pedro Passos Coelho, um eleito do povo, e Vítor Gaspar, o ministro da Finanças, estão hoje (basta olhar para eles) numa situação que roça a impotência; e o contribuinte, como sempre, vai pagar a conta (uma conta crescente) por dezenas de anos.

Meia dúzia de ingénuos sinceramente pensam que a nova maioria, a autoridade da troika e a presumível indignação dos portugueses (quase inexistente na nossa história política) acabarão por endireitar as coisas. Peço desculpa de não acreditar neste milagre. A moral cívica não é um sentimento comum ao indígena desta região. Basta pensar na extraordinária quantidade de indiferença ou desprezo pelo uso parco e
responsável dos milhões que o português paga a um fisco aberrante, para perceber que a nossa “classe dirigente” se considera dona do que recebe. Só isso explica a inevitabilidade da EDP e de centenas de escândalos menores, que dia a dia vamos descobrindo com resignação. Em grosso, renda era o nome que se dava antigamente ao produto do trabalho não-pago. Os servos trabalhavam e os senhores guardavam. No essencial, nada mudou muito.

mario carvalho disse...

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=2365053

Ricardo Magalhães... DEMITIDO!


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Mais um..

de todos os que se atreveram a profanar o Vale do Tua... vão tendo o mesmo destino... e o que mais se verá!!!!!!!

Anónimo disse...

Sinceramente sempre me perguntei que fazia este senhor quer na CCDRN, mas sobretudo no Douro!Este é dos que se agarram como uma lapa ao poder, qualquer que seja a rocha(cor)!

mario carvalho disse...

http://aventar.eu/2012/03/18/muita-policia-em-foz-tua-para-proteger-o-colonato-da-edp/


a policia que devia proteger os idosos transmontanos dos "gatunos " a sério ... estava vejam lá de que lado

mario carvalho disse...

trabalho para os transmontanos ..

prometeram.. eles

ver em

www.linhadotua.net

mario carvalho disse...

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=jqAnktfokXw

ainda há quem tenha coragem de chamar os bois pelos nomes

Força Gomes Ferreira

mario carvalho disse...

http://www.ionline.pt/portugal/actua-pelo-tua-contra-poder-excessivo-da-edp-acampar-acampar

Actua pelo Tua. Contra o “poder excessivo” da EDP, acampar acampar


Atentado

Só no dia seguinte à chegada, já de dia, seria possível caminhar até à barragem em construção, onde uma frase do “Diário VIII” de Miguel Torga (pousado numa zona estratégica e central do acampamento para consultas esotéricas) ganhou sentido. “O Doiro entoirido pelas primeiras barragens / É como se na minha própria aorta se formassem aneurismas.”

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Tarde demais? A resignação parece generalizada entre a população das aldeias em redor do Tua,

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Ambientalistas, engenheiros e alguns deputados, como Manuela Cunha, dos Verdes, dizem que essa é apenas uma das mentiras vendidas aos portugueses para avançar com o plano, lucrativo apenas para as empresas que subsistem do “emaranhado de leis e de uma rede de tráfico de influências que nem sempre é ilegal”, como explicaria Joanaz de Melo, engenheiro ambiental convidado a falar sobre o PNB no acampamento.

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À linha ferroviária e ao património mundial junta-se ainda o peso nas facturas da electricidade dos portugueses, que ao longo dos próximos 75 anos vão pagar dois mil milhões de euros para bancar a concessão da EDP no Tua.
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Explosões A dada altura, durante o debate sobre património, ouviu-se uma explosão. Quem tinha acabado de chegar estremeceu. No dia seguinte, uma senhora sentada na esplanada do Beira-Rio confirmava que, assim que o sol se põe, “há barulho noite dentro” por causa dos explosivos usados na obra para provocar derrocadas nas margens do Tua
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Tu já viste a segurança daquilo?”, dizia Pedro, de 26 anos, revoltado com o que viu quando invadiu a obra. “Eles basicamente assassinaram três pessoas e nem sequer dão respostas”, acrescentou Francisco,
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Protesto Nem é tanto que as pessoas não se estejam a mexer, é mais a falta de esclarecimento e a teoria do facto consumado
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Óscar Tavares, de 71 anos, que explicava a quem o quisesse ouvir como foi vítima da EDP. “Fiquei sem dezenas de hectares de terreno. Tive de aceitar o preço deles, um euro e meio por metro quadrado de terreno com oliveira, porque ameaçaram que não recebia nada se a expropriação fosse por interesse público.”