08 fevereiro 2008

Ipsis Verbis

"No interior, já quase não existe nada e, quando se fecham serviços públicos em certas zonas onde já não há nada, fica menos que nada e as pessoas sentem-se desamparadas, abandonadas pelo Estado democrático e revoltam-se contra ele ou contra o Governo. As reformas têm de ser feitas de forma que as pessoas percebam e só se pode fechar quando há uma solução alternativa. Não foi para isto que se fez o 25 de Abril, a democracia e o Serviço Nacional de Saúde, para as pessoas andarem na rua à espera de uma Maria da Fonte qualquer ou de um salvador qualquer, seja ele quem for."

Manuel Alegre no Público

17 comentários:

Anónimo disse...

Vamos lá Sr. AJS o seu cometário!

AJS disse...

Não é meu hábito responder a anónimos, mas desta vez lá vai. Diga-me o anónimo um serviço público, repito um serviço público que tenha fechado aqui no nosso interior?

mario carvalho disse...

PS
Manuel Alegre reúne-se com militantes socialistas para «reflexão comum» sobre nova tendência no partido
O deputado Manuel Alegre reúne-se sábado com militantes socialistas que apoiaram a sua candidatura às últimas presidenciais para uma «reflexão comum» sobre a situação do país com o propósito de criar uma corrente de opinião no partido

2 comentários / 869 visitas
Imprimir
Enviar por mail

A reunião está prevista para as 14h30, depois de um almoço num hotel de Lisboa, e deverá contar «com mais de cem» militantes de «todos os distritos e ilhas», alguns dos quais mandatários da candidatura presidencial de Alegre nos distritos, segundo fonte da organização.

Alegre, que já esclareceu que não quer formar um novo partido e negou que estivesse a ser pressionado nesse sentido, escreveu no seu site na Internet que o único objectivo da reunião é «uma reflexão comum sobre a situação do PS e do país» tendo em vista contribuir «para uma eventual corrente de opinião socialista».

Em entrevista hoje no jornal Público, Manuel Alegre afirma que já não se revê «neste PS», mas defendeu que é possível uma mudança feita «por dentro».

Apesar de reconhecer algumas reformas ao PS e ao Governo de José Sócrates, como a lei da paridade e a lei que despenalizou o aborto, Manuel Alegre questiona-se se as reformas na saúde e segurança social não serão antes «contra-reformas», defendendo que cabe aos socialistas construírem alternativas.

Manuel Alegre candidatou-se às presidenciais de 2005 como independente impulsionado por um movimento que veio a designar-se MIC - Movimento Intervenção e Cidadania.

Foi o segundo mais votado, com 20,7 por cento dos votos, a seguir a Cavaco Silva, enquanto o candidato oficial do PS, Mário Soares, ficou com 14, 3 por cento dos votos.

Hoje, Alegre diz não encarar esse resultado como «uma trela» já que a votação foi para uma finalidade específica, defendendo que existe é uma responsabilidade dos socialistas na construção de alternativas.

Antes da substituição de Correia de Campos na pasta da Saúde, o deputado considerou a política do governo neste sector «estapafúrdia» e «um erro colossal» e subscreveu uma petição em defesa do Serviço Nacional de Saúde.

No Parlamento, Alegre votou recentemente contra a sua bancada, primeiro abstendo-se na votação da lei eleitoral autárquica do PS e do PSD e, na quinta-feira, na votação de quatro propostas para um referendo ao tratado europeu, chumbadas pelo seu partido.

Lusa / SOL

Relacionados
Hoje
Direcção desdramatiza reunião de apoiantes de Manuel Alegre

mario carvalho disse...

Vale a pena concordar ou discordar mas o importante é participar com vontade de melhorar




http://clubedospensadores.blogspot.com/

Anónimo disse...

O que aqui está em causa não é o 25 de Abril(já é tempo de mudar de discurso, para que outros não nos dêem cabo do juízo com outras datas e revoluções, todas elas ultrapassadas), nem a democracia( que democracia?) nem o Serviço Nacional de Saúde, mas o encontrar de soluções para os problemas tal como hoje se põem. Sobre isto, Manuel Alegre nada diz pois não sei que soluções ele propõe. Quando fala num salvador, não quererá referir-se a ele próprio? A linguagem dele e o seu passado glorioso já pouco nos dizem.

Anónimo disse...

Com o devido respeito, acho que a última frase deste texto de JLM é simplesmente lamentável!

Anónimo disse...

Os anos vão passando e há pessoas que permanecem tempo demais na vida política. Exige-se uma forma nova de fazer política que já nada tem a ver com as tiradas mais ou menos revolucionárias e poéticas dos senhores da velha guarda.
Simplesmente lamentável?
Simplesmente lamentável é não haver mudança de actores políticos.

Anónimo disse...

Cá para mim também o Sr. JLM queria ir para a assembleia da republica, inveja....

Anónimo disse...

Por acaso acertou. Com a minha idade, o único lugar que me atrai é o de deputado à assembleia da república ou, se não fosse pedir demais, um lugarzinho no parlamento europeu.Quem sabe, talvez na vida para lá da morte.

Anónimo disse...

Estou de acordo com a renovação da classe politica.
Vejo Manuel Alegre a Km da realidade. O PS não voltará a governar como Guterres e de que muito gostava Alegre. Esse passado de vacas gordas estamos hoje a paga-lo com juros muito altos.
As politicas de solidariedade social devem ser só para quem necessita e não numa lógica laixista como M. Alegre parece gostar.
A competição dos nossos dias não se coaduna com tais procedimentos.

Anónimo disse...

Sr. anónimo: Estou inteiramente de acordo consigo. Só é pena não o conhecer.

mario carvalho disse...

Convite

http://clubedospensadores.blogspot.com/2008/02/debate-n-2.html

Anónimo disse...

Qual será essa "nova forma de fazer política", sr. JLM? Fundamente. Eu também acho lamentável aquela sua frase sobre Manuel Alegre, pois tal frase parece mais ser própria de quem desconhece o valor de tão ilustre poeta e lutador pela liberdade de que hoje gozamos e que nos permite afinal estes comentários livres do medo que o antigo regime nos impunha. Haja mais respeito pelos actores da nossa história política recente e pela literatura de qualidade. Eu estava convencida que JLM era um homem de esquerda mas afinal...

Anónimo disse...

Caro JLM:
O anonimato pouco interessa pois escrevo de forma desinteressada. Conhecer-me? quicá um dia. O que isto tem de angraçado é que eu conheço-o...de vista!
Ao ultimo anónimo:
Ninguém tira o valor a Manuel Alegre, quer enquanto poeta quer enquanto conquistador da liberdade.
Agora,não é por aquelas conquistas que somos obrigados a concordar com ele a vida inteira pois caso contrário seríamos reféns dele próprio e até da própria liberdade.
Quanto a -esquerdas- e - direitas, hoje, separam-se nos ideais (no papel) e confundem-se na prática.
... globalização, a quanto obrigas...
Amigo da Terra

Anónimo disse...

1º anónimo: - “ Nova forma de fazer política” é aquela que hoje já não olha a epítetos(esquerda e direita) mas sim a soluções para os problemas tal como hoje se põem.
Acaso desconhece que, no sentido de colectivismo estatal, de planeamento central e de dirigismo económico, a esquerda acabou?
Resta a lei do mercado, a iniciativa privada, a propriedade privada. A história, por enquanto( e décadas próximas), levou a isto.
Que entende por esquerda? - Bons sentimentos, amor ao próximo, prosa e poesia românticas e revolucionárias?
Mas isso também existe na direita, pelo menos, no aperfeiçoamento moral e na capacidade de dádiva aos outros.
Num certo sentido, sou defensor de que, dentro de uma sociedade liberal( tolerante das diversas correntes) se construam as coisas sobretudo com a vontade e o empenho dos cidadãos concretos. Este empenho pode levar a soluções mais individuais ou mais colectivas, tudo depende da iniciativa e do querer das pessoas.
Não nos alienemos a certos senhores por muito poetas ou revolucionários que tenham sido.
O respeito tem a sua importância numa sociedade, a falta dele ou o suplantar dele também é preciso.
Sejamos cada um de nós, portugueses, cidadãos de corpo inteiro.
“ Vacas sagradas” só existem na Índia.
É tempo de fazermos uso responsável da liberdade.
2º anónimo: - por enquanto, continuo de acordo consigo.
Mas por que razão haveríamos eu e os estimados anónimos de estarmos sempre de acordo uns com os outros?
Usemos e abusemos da luta argumentativa, que é de longe melhor que a concordância.
Ainda para o 1º anónimo: - Quanto a mais Estado ou menos Estado, sou favorável a muitas soluções estatais, mas só se conseguirmos que elas funcionem. Não sou defensor do Estado em todas as circunstâncias.
Na minha visão, há uma série de instituições com as quais se deve ser mais exigente: a Igreja, por exemplo. Por que é que esta há-de, sobretudo, passar o tempo em rezas verbais e não em rezas através de acções: ajudar os mais carenciados?
A responsabilização deve chegar a todos os sectores.
João Lopes de Matos

Anónimo disse...

Senhor JLM, deixe-me dizer-lhe, respeitosamente, que o seu segundo parágrafo é francamente confrangedor. O que entende por "sentido do colectivismo estatal"? Isto é uma enorme redundância, já que o Estado é um colectivo onde cabem várias sensibilidades políticas conotadas metaforicamente com esquerda, centro e direita, para além dos respectivos extremos que felizmente ainda são inofensivos.
Como é que pode dizer que só "resta a lei do mercado e a propriedade privada"? Isto é de bradar aos céus, assim como o seu conceito de esquerda política. E como é possível mostrar ignorância (ou desleixo?) quando classifica a poesia de Manuel alegre de romântica e compará-lo implicitamente a uma "vaca sagrada"? Estou muito surpreendido, pela negativa, habituado que estava a ler alguns bons textos seus. No entanto, sempre lhe digo que concordo inteiramente consigo em relação aos seus dois últimos parágrafos, tornando-se assim o seu comentário bi-polar ou antagónico, se quiser.

Anónimo disse...

Essa conclusão bipolar ou antagónica agrada-me.
Penso que é da conjugação dos pólos contrários que resultam as melhores soluções.
“Colectivismo estatal” define aquilo que não é privado e sim do Estado( portanto, colectivo).
As indústrias e a agricultura, na União Soviética, eram colectivas, administradas quase exclusivamente por funcionários do Estado.
Quem procedeu à colectivização da agricultura soviética foi Estaline(de modo forçado, diga-se).
O dito socialismo(que visava, por último, o comunismo) da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas(U.R.S.S.) morreu.
A sociedade que resta é a sociedade capitalista, em que o desenvolvimento económico se baseia na iniciativa privada, na propriedade privada e na lei da oferta e da procura( chamada lei do mercado). Claro que na sociedade capitalista também há propriedade colectiva mas esta é uma parte secundária.
“Vacas sagradas” são adoradas na Índia. Seres humanos pelos quais só temos subserviência são uma espécie de vacas sagradas.
Manuel Alegre desenvolveu algumas lutas que tiveram algum sentido noutros tempos. Hoje já não o têm porque a sociedade mudou.
Quando eu tentei definir esquerda, lancei-lhe um desafio para que por seu lado desse uma definição. Fico à espera.
O romantismo não tem a ver com sentimentos, logo sendo a poesia romântica, seria sentimental? Não será?
Quanto a tê-lo surpreendido, pela negativa, isso é bom, enriquece o debate, e eu deixo de ser tão consensual, que era uma coisa de que já andava farto.
João Lopes de Matos