02 janeiro 2008

Ipsis verbis

(...) "Segundo os números do INE, a inflação já ia, em Outubro, em 2,4%, contra os 2,1% previstos no OE de 2007. Assim, se no assento etéreo a que subiu o OE, memória desta vida se consente, salários e pensões, "actualizados" a 2,1%, estavam já então a perder mais de 0,3%. Para este ano, a oficina de escrita criativa do Ministério das Finanças repetiu o episódio dos 2,1% enquanto a realidade, indiferente, continua a ir (e ainda estamos em 2 de Janeiro) por aí fora transportes, 3,9%, gás, 3,6%, electricidade, 3,6%, portagens, 2,94%, pão, 30%, leite, 12%… Estou para saber nas vísceras de que animal faz o governo previsões macroeconómicas."

Manuel António Pina no JN. Confira aqui.

2 comentários:

Hélder Rodrigues disse...

Como se fosse possível adivinhar que o preço do crude (petróleo bruto) chegasse aos 100 dólares, com fortes possibilidades de vir a aumentar! Ora, com a iminência de acontecer uma recessão económica mundial, qual é o governo que ousa ignorar a conjuntura?!

h. r.

mario carvalho disse...

e, quem vai pagar mais esta megalomania


Anulação Lisboa-Dacar2008 causa prejuízo ainda por quantificar a Portugal


04/01/2008


A decisão da organização do rali todo-o-terreno Lisboa-Dacar2008 de anular a prova vai ter grandes implicações financeiras, com perdas consideráveis, mas ainda não quantificadas para Portugal, que acolhia a partida pelo terceiro ano consecutivo.

Às 12:00, a Amaury Sports Organisation (ASO), organizador francês do rali, tomou posição sobre a segurança da passagem da caravana na Mauritânia, onde quatro franceses foram assassinados no dia 24 de Dezembro, e comunicou a inédito decisão de anular a prova, em 30 anos de existência.

Entre as perdas financeiras, o governo português surge em destaque, ao não receber retorno dos três milhões de euros que investiu este ano, a mesma verba gasta nos anos anteriores (2006 e 2007), mas autarquias, organizadores, patrocinadores e equipas também verão os seus investimentos postos em causa.

O executivo socialista tem contribuído todos os anos com essa verba para a realização do Dacar, investimento que o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, sempre considerou como vantajoso para o país, devido à promoção da imagem de Portugal e aos benefícios, directos e indirectos, para a economia nacional.

A organização portuguesa, a cargo da Lagos Sports, também terá prejuízo, embora ainda não o tenha quantificado.

"A única coisa que sei é que o prejuízo é muito duro. Já estão a ser feitas contas no escritório", admitiu João Lagos, na conferência de imprensa realizada após o anúncio da anulação, justificada pelas tensões políticas internacionais, as vítimas francesas na Mauritânia e a ameaça terrorista islâmica.

As Câmaras municipais de Lisboa e Portimão, concelhos que deviam receber a primeira e segunda etapas do Dacar, são também afectadas.

A Câmara de Portimão investiu 1,5 milhões de euros para ter sábado a chegada da caravana do Dacar, no final da primeira etapa, e a largada para a segunda tirada, domingo, e o seu presidente já indicou que vai pedir à organização o retorno do in vestimento.

Segundo Manuel da Luz, os "juristas da autarquia estão a estudar as contratualizações que foram feitas para que seja exigida à organização o retorno do investimento que a autarquia fez para receber a prova em Portimão".

O autarca disse à Agência Lusa que já foram investidos 90 por cento de 1,5 milhões de euros, estando os restantes 10 por cento destinados a alojamento e outras questões logísticas para o fim-de-semana.

O mesmo se aplica à Câmara de Lisboa, que também fez o investimento para acolher, pela terceira vez consecutiva, a maior prova de todo-o-terreno do Mundo, mas o presidente da autarquia, António Costa, não precisou o montante envolvido, na conferência de imprensa que o juntou a João Lagos e a Pedro Silva Pereira.

Juntamente com as duas principais autarquias, há ainda que contar com os investimentos feitos pela organização e outras autarquias (Benavente, Samora Correia e Alcochete) na montagem das Zonas Espectáculo e no transporte que iria ser disponibilizado gratuitamente para levar os espectadores até elas.

Depois, surgem patrocinadores e equipas, que fizeram avultados investimentos e agora não terão o retorno desejado.