18 setembro 2006

Escultura


Vinhais acolhe Simpósio

Com o público vinhaense ainda alheado da iniciativa, cinco escultores perscrutam ao vivo, em espaços distintos, um conjunto de obras que hão-de figurar, a partir de Maio, em espaços públicos da vila.

Paulo Moura, um jovem escultor de Carrazeda de Ansiães, é um dos artistas a participar na primeira edição do Simpósio Internacional de Escultura que decorre entre os dias 4 e 26 de Setembro, em Vinhais.
A sua presença, numa iniciativa que conta com a prestação de mais quatro escultores nacionais e estrangeiros, surge a partir do convite do escultor Manuel Cruz, o coordenador deste projecto cultural, promovido pela autarquia vinhaense.
Depois de ter participado o ano passado como assistente do escultor Hélder de Carvalho no simpósio de Macedo, Paulo Moura assume aqui, na primeira pessoa, o trabalho que produz.
Com mais de sete metros de altura, a peça escultórica do transmontano, e que há-de figurar numa das rotundas da vila, bebe a inspiração nos antigos vinhedos do concelho que terão dado origem à toponímia de Vinhais, antes de serem dizimados pela filoxera.
O projecto nasce de uma pesquisa sobre a história e as tradições do concelho e é sustentado pelo aço, matéria em que é produzido o elemento principal deste conjunto, e pelo xisto.
Ainda a ganhar os primeiros contornos, a escultura é, segundo o autor, “uma alegoria inspirada na morfologia da cepa da videira que se ergue retorcida em altura como numa procura do infinito, tendo na sua base um socalco sustentado por um muro desmoronado, sugerindo o desaparecimento da própria vinha”.
Já com provas dadas no universo da escultura, numa criação que assenta na forte ligação com os materiais da região, o recém-licenciado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto não deixa de ver a sua prestação neste simpósio como “um grande desafio”.



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