Após o debate dos candidatos às eleições autárquicas de Carrazeda de Ansiães na rádio local, exercício, pelos vistos, que rareia por estas bandas, paira no ar um misto de sentimentos. Não podia ser de outra maneira! Vai desde a certeza de quem pensa saber quem esteve melhor, até àquela munícipe, quiçá para não se comprometer, de connosco desabafar, com aparente simplicidade, que, depois de escutar, ficou ainda mais confusa do que estava anteriormente. É muito bom sinal. Algo a fez duvidar das certezas adquiridas. Indecisões parecem não haver se afirmamos que alguém esteve a mais e graças à partida que, presumivelmente, lhe pregaram as cordas vocais, furtou-se a mais minutos de visível sacrifício no seu desempenho que roçou o “non sense” ou aquele terrível papel de ter sido chamado a pronunciar-se sobre algo que se desconhece. Tão bem se aplica a esta situação o “dito” do povo “cada macaco no seu galho”. Bem fez o candidato da CDU, não compareceu ao debate, assim, quiçá, se tivesse livrado de idêntico desempenho burlesco. A constituição de candidaturas aos órgãos do poder democrático artificiais, fingidas e desfasadas das realidades do meio só vêm depreciar, rebaixar e infamar a que devia ser nobre arte da política. Destes não vamos, pois, pronunciar-nos.
Desafortunadamente não assistimos a todo o debate (imperdoável), mas pelo tom de quase uma hora de audição, correspondente à parte final, recolhemos aspectos que nada vieram acrescentar ao que já pensávamos dos candidatos. Uma parte das intervenções pautou-se pela confrontação, o ataque, a “picardia”, como ouvimos dizer. O representante do poder aparece, julgo pela primeira vez na história de Carrazeda, completamente dessacralizado e foi confrontado "sem dó nem piedade" com os seus mandatos. Deixou de haver "respeito pelo poder! Os dois opositores apresentaram um discurso incisivo, de ataque, por vezes a roçar a violência verbal e também colheram o que de mau se vê nos debates políticos televisivos, muito ruído e pouco debate de ideias. A oposição fez um balanço profundamente negativo do realizado nos últimos anos e posicionou-se, quase sempre do outro lado da barricada, na ideia de que poderiam fazer melhor. Até parecem ter desconhecimento que os seus correligionários foram co-responsáveis do trabalho autárquico realizado. O CDS/PP aliado do PSD nestes últimos quatro anos e os antigos vereadores do PS “ajudaram” a vereação maioritária como lhes foi amplamente agradecido, bem recentemente, pelo actual Presidente da Câmara. Este apareceu orgulhoso da obra realizada.
O desempenho do senhor Eugénio de Castro não nos pareceu totalmente satisfatório. Ele que conhece os dossiers como ninguém poderia ter brilhado. Nalguns ataques que lhe foram dirigidos, como sejam os atrasos na construção do Centro Cívico, a “inutilidade” do mercado municipal, a variante, a estrada para o Pinhal do Norte, não deu respostas completamente satisfatórias. Melhor na questão da água, nas obras do castelo e nas actividades ditas culturais. Deixou transparecer enfado nos ataques mais violentos; demonstrou um pouco de sobranceria na opinião firme, quiçá pouco humilde, de que já ganhou a eleição; evidenciou, contudo alguma modéstia quando pretendeu explicar detalhadamente alguns ditos "imbróglios" apontados pela oposição. Muito bem na declaração final ao dizer que não promete nada e continua profundamente empenhado no desenvolvimento concelhio.
O senhor Faustino, que mostra normalmente um “verbo fácil”, mostrou ter como principal objectivo a confrontação directa com o que pretende ser o seu principal adversário, o candidato do PSD. Perdeu muitas vezes a serenidade, quando confrontado com a ironia do candidato presidente ou pela constante intromissão do candidato do CDS/PP. Não dominou o debate como com certeza gostaria e mais está de acordo com a sua personalidade. Quis deixar transparecer a sua experiência de empresário de sucesso em confronto com a carreira na função pública do seu principal adversário, o actual presidente da Câmara. Do que ouvimos o seu ponto alto esteve na enumeração de aspectos que, na sua opinião, falharam na actual vereação, a saber: as fontes que não funcionam, a variante não concluída, os dinheiros mal gastos, exemplo, as casas da indústria de pirotecnia, o mercado… O menos bom dos presentes.
O senhor José Eduardo pareceu bem preparado, imiscui-se no confronto directo dos putativos principais candidatos e apesar de menos bem tratado pelo moderador soube, muitas vezes, conduzir os acontecimentos com as propostas que apresentou - a cooperativa de vinhos, a barragem na Veiga, o parque de campismo no Tua, as farmácias ambulantes, praias fluviais, livros grátis para os alunos das aldeias, central de camionagem para potenciar o mercado, colocar dentes aos idosos. Levou, amiudadas vezes, o senhor Eugénio a concordar com as suas ideias. Foi o participante que mais promessas fez, algumas de difícil execução?, bem como o que mais apresentou, com base em diversos números, as prováveis falhas do actual executivo. Menos bom na insistência de que a Câmara Municipal pode resolver todos os problemas do concelho. Positivos ainda os sinais de energia e juventude manifestados, bem como a convicção no seu projecto. O desempenho mais conseguido.
Ideias para o futuro algumas e quase todas elas comuns. Uma quase obsessão para a necessidade de desenvolver as caldas de S. Lourenço, sem que ninguém tivesse apresentado uma ideia minimamente clara do que se pretende fazer. Não ficou também claro como se pode potenciar o rico património concelhio. Comum também a necessidade de apostar no turismo de modo a aproveitar o património arqueológico e ambiental, sem que de uma forma concreta nos dissessem como, ficando-se apenas por aspectos teóricos. A questão agrícola também muito debatida foi objecto de várias promessas como sejam a criação de uma cooperativa agrícola, a dinamização da venda de produtos, um centro tecnológico do azeite, fábricas de sumo… quando a esmola é muita, o pobre desconfia.
Não ouvimos todo o debate, porém cremos que assuntos tão importantes e definidores do nosso futuro como os relacionados com a Educação - o Centro Escolar, o prolongamento dos horários, as cantinas no primeiro ciclo, o encerramento de escolas no próximo ano, a Carta Educativa Municipal; com a Cultura no que se realciona com um projecto participativo e de fruição de todos os munícipes ; o que fazer face à desertificação humana e como parar a proliferação de aldeias fantasmas; o nosso posicionamento na região de Trás-os-Montes e a relação com outros municípios de modo a reunir esforços que obriguem ao investimento no interior e à construção de uma rede viária que nos retire do isolamento; a qualificação de quadros e a busca de soluções alternativas e de porvir com instituições de ensino; o aproveitamento de todas as energias humanas disponíveis no concelho para o a nobre empresa de engrandecimento do concelho; a reorganização das florestas e dos terrenos não cultivados; a elaboração de um verdadeiro plano de desenvolvimento participado e contratualizado para Carrazeda de Ansiães; a dignificação da causa pública e a credibilização das instituições que quantas vezes aparecem para servir só alguns; a aposta nas novas tecnologias… e alguns outros assuntos vitais não foram abordados.
Uma última palavra para o moderador do debate, excessivamente preocupado com a forma - o tempo e não igualmente justo para todos os candidatos. Bem na forma como ultrapassou a "não paticipação" do candidato do PND (não precisava era de falar tanto nisso). Era um trabalho difícil que globalmente foi cumprido.
Desafortunadamente não assistimos a todo o debate (imperdoável), mas pelo tom de quase uma hora de audição, correspondente à parte final, recolhemos aspectos que nada vieram acrescentar ao que já pensávamos dos candidatos. Uma parte das intervenções pautou-se pela confrontação, o ataque, a “picardia”, como ouvimos dizer. O representante do poder aparece, julgo pela primeira vez na história de Carrazeda, completamente dessacralizado e foi confrontado "sem dó nem piedade" com os seus mandatos. Deixou de haver "respeito pelo poder! Os dois opositores apresentaram um discurso incisivo, de ataque, por vezes a roçar a violência verbal e também colheram o que de mau se vê nos debates políticos televisivos, muito ruído e pouco debate de ideias. A oposição fez um balanço profundamente negativo do realizado nos últimos anos e posicionou-se, quase sempre do outro lado da barricada, na ideia de que poderiam fazer melhor. Até parecem ter desconhecimento que os seus correligionários foram co-responsáveis do trabalho autárquico realizado. O CDS/PP aliado do PSD nestes últimos quatro anos e os antigos vereadores do PS “ajudaram” a vereação maioritária como lhes foi amplamente agradecido, bem recentemente, pelo actual Presidente da Câmara. Este apareceu orgulhoso da obra realizada.
O desempenho do senhor Eugénio de Castro não nos pareceu totalmente satisfatório. Ele que conhece os dossiers como ninguém poderia ter brilhado. Nalguns ataques que lhe foram dirigidos, como sejam os atrasos na construção do Centro Cívico, a “inutilidade” do mercado municipal, a variante, a estrada para o Pinhal do Norte, não deu respostas completamente satisfatórias. Melhor na questão da água, nas obras do castelo e nas actividades ditas culturais. Deixou transparecer enfado nos ataques mais violentos; demonstrou um pouco de sobranceria na opinião firme, quiçá pouco humilde, de que já ganhou a eleição; evidenciou, contudo alguma modéstia quando pretendeu explicar detalhadamente alguns ditos "imbróglios" apontados pela oposição. Muito bem na declaração final ao dizer que não promete nada e continua profundamente empenhado no desenvolvimento concelhio.
O senhor Faustino, que mostra normalmente um “verbo fácil”, mostrou ter como principal objectivo a confrontação directa com o que pretende ser o seu principal adversário, o candidato do PSD. Perdeu muitas vezes a serenidade, quando confrontado com a ironia do candidato presidente ou pela constante intromissão do candidato do CDS/PP. Não dominou o debate como com certeza gostaria e mais está de acordo com a sua personalidade. Quis deixar transparecer a sua experiência de empresário de sucesso em confronto com a carreira na função pública do seu principal adversário, o actual presidente da Câmara. Do que ouvimos o seu ponto alto esteve na enumeração de aspectos que, na sua opinião, falharam na actual vereação, a saber: as fontes que não funcionam, a variante não concluída, os dinheiros mal gastos, exemplo, as casas da indústria de pirotecnia, o mercado… O menos bom dos presentes.
O senhor José Eduardo pareceu bem preparado, imiscui-se no confronto directo dos putativos principais candidatos e apesar de menos bem tratado pelo moderador soube, muitas vezes, conduzir os acontecimentos com as propostas que apresentou - a cooperativa de vinhos, a barragem na Veiga, o parque de campismo no Tua, as farmácias ambulantes, praias fluviais, livros grátis para os alunos das aldeias, central de camionagem para potenciar o mercado, colocar dentes aos idosos. Levou, amiudadas vezes, o senhor Eugénio a concordar com as suas ideias. Foi o participante que mais promessas fez, algumas de difícil execução?, bem como o que mais apresentou, com base em diversos números, as prováveis falhas do actual executivo. Menos bom na insistência de que a Câmara Municipal pode resolver todos os problemas do concelho. Positivos ainda os sinais de energia e juventude manifestados, bem como a convicção no seu projecto. O desempenho mais conseguido.
Ideias para o futuro algumas e quase todas elas comuns. Uma quase obsessão para a necessidade de desenvolver as caldas de S. Lourenço, sem que ninguém tivesse apresentado uma ideia minimamente clara do que se pretende fazer. Não ficou também claro como se pode potenciar o rico património concelhio. Comum também a necessidade de apostar no turismo de modo a aproveitar o património arqueológico e ambiental, sem que de uma forma concreta nos dissessem como, ficando-se apenas por aspectos teóricos. A questão agrícola também muito debatida foi objecto de várias promessas como sejam a criação de uma cooperativa agrícola, a dinamização da venda de produtos, um centro tecnológico do azeite, fábricas de sumo… quando a esmola é muita, o pobre desconfia.
Não ouvimos todo o debate, porém cremos que assuntos tão importantes e definidores do nosso futuro como os relacionados com a Educação - o Centro Escolar, o prolongamento dos horários, as cantinas no primeiro ciclo, o encerramento de escolas no próximo ano, a Carta Educativa Municipal; com a Cultura no que se realciona com um projecto participativo e de fruição de todos os munícipes ; o que fazer face à desertificação humana e como parar a proliferação de aldeias fantasmas; o nosso posicionamento na região de Trás-os-Montes e a relação com outros municípios de modo a reunir esforços que obriguem ao investimento no interior e à construção de uma rede viária que nos retire do isolamento; a qualificação de quadros e a busca de soluções alternativas e de porvir com instituições de ensino; o aproveitamento de todas as energias humanas disponíveis no concelho para o a nobre empresa de engrandecimento do concelho; a reorganização das florestas e dos terrenos não cultivados; a elaboração de um verdadeiro plano de desenvolvimento participado e contratualizado para Carrazeda de Ansiães; a dignificação da causa pública e a credibilização das instituições que quantas vezes aparecem para servir só alguns; a aposta nas novas tecnologias… e alguns outros assuntos vitais não foram abordados.
Uma última palavra para o moderador do debate, excessivamente preocupado com a forma - o tempo e não igualmente justo para todos os candidatos. Bem na forma como ultrapassou a "não paticipação" do candidato do PND (não precisava era de falar tanto nisso). Era um trabalho difícil que globalmente foi cumprido.
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