15 fevereiro 2005

Acusações fortuitas!!!

Não é a primeira vez que o senhor professor António Barreto destila o seu ódio para com os docentes na crónica dominical do Público. Desta vez, no texto, “a educação em campanha”, a propósito dos programas dos partidos para a educação e na apresentação de múltiplas soluções para o sector, questiona os políticos nos seguintes termos: “Definir novos modelos de elaboração e distribuição de manuais escolares que retirem estes do autêntico "racket" de editores e professores actualmente em vigor?”
Se bem o percebi acusa os professores de um conluio com os editores para que de forma ilegal e desonesta obtenham dinheiro à custa da escolha de determinados manuais. Como profissional do ensino não me revejo, de forma nenhuma, nesse esquema fraudulento. Mais acrescento, que nunca, no meio escolar onde me insiro, me apercebi de qualquer meu colega ter qualquer propósito de selecção de manuais escolares com intuitos de proveito próprio. Refuto de forma veemente o ónus acusatório que está subjacente à sua escrita!
Na escolha dos manuais escolares estão estabelecidos um conjunto de itens de análise, são observados muitos exemplares, preenchidas grelhas para cada modelo examinado que são remetidas ao Ministério da Educação e a aprovação é feita em conjunto pelos docentes reunidos a propósito.
António Barreto, iminente professor e investigador universitário saberá que determinada conclusão decorre sempre de um estudo de pesquisa alicerçado em dados rigorosos e credíveis. Se conhece casos menos claros divulgue-os. Atirar lama e lançar acusações ao acaso, com base em pressupostos que não provados, não é sério nem honesto. Tendo uma coluna semanal de destaque num jornal tão prestigiado como “O Público” acarreta também uma forte responsabilidade para que não se construam, na opinião pública, calúnias e maledicências associadas a classes profissionais perfeitamente definidas.

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