30 novembro 2012

Reinvindicações

Foram interrompidos os voos entre Bragança e Lisboa. Motivo: terminou o contrato do Estado com o operador privado que assegurava o serviço. A curto prazo não há planos para a renovação. Um dos entraves é o facto da Comissão Europeia ter levantado dúvidas sobre este financiamento do Estado Português de dois milhões e meio de euros por ano.

As tarifas de ida e volta custavam cerca de 120 euros. Existiam 2 voos por sentido de segunda a sexta. Em  média cada voo tinha 8 a 9 passageiros, o que dará um total, por semana, de meia centena. Este serviço era utilizado particularmente pelos políticos: presidentes de câmara, vereadores, deputados e parece que... a Dulce Pontes.

Este é mais um serviço que a região perde (já ninguém consegue entender)! As assimetrias entre o interior e o litoral agravam-se. Lamenta-se!

Curioso é a quantidade de gente "ilustre" que se ergueu a criticar esta interrupção. É um rodopio de declarações e comunicados de todo o espectro político do chamado arco da governação. Tudo normal, dirão.

Compare-se  o ocorrido com o encerramento da  Linha do Tua que tinha muitos... e muitos mais utilizadores. No  penúltimo ano de utilização contaram-se cinquenta mil passageiros, Comparações feitas: o número de passageiros do avião era ridículo. Compare-se também com as reações de todas estas pessoas "ilustres" perante a paragem do comboio. Quase todos, "nem xus, nem mus"! Alguns houve, que aplaudiram o encerramento!

Tomadas as devidas proporções, perguntem-se quem necessitará mais dos transporte: Se a idosa da Ribeirinha que agora tem de alugar um carro para ir buscar os medicamentos à farmácia de Mirandela, se o senhor deputado que demora mais duas horas e gasta mais umas dezenas de euros para chegar a Lisboa na viagem que o erário público lhe subsidia?


9 comentários:

J.Pinto disse...

às vezes é preciso virem de fora questionar as coisas para que pensemos um pouco! DUAS ligações diárias?!2500000€ por ano do dinheiro dos impostos para isto?
Não sou contra existirem ligações aéreas a Bragança, mas se calhar chegavam 3 ou 4 por semana! E se ligassem outros destinos (Madrid?Bordéus?) e se cobrassem um bocado mais aos utentes? Pensem melhor nisso por favor!

Anónimo disse...

Façam uma ligação ferroviaria, de Bragança a Pueblo de Sanabria e ficam com uma ligação rápida á Europa e á cidade do Porto.

Rui R.M. disse...

A contrapartida que os responsaveis autarcas, deveriam negociar com os politicos deste País,face ao encerramento da Linha do Sabor,Linha do Tua, Linha do Corgo, e linha do Tamega, seria e isso sim, apostar na modernização da Linha do Douro, electrificada, pois as barragens estão junto á linha, e este eixo Ferroviario com ligação a Salamanca, viria servir de alavanca á desinteriorização e desenvolvimento do País.

Anónimo disse...

«Não há transporte ferroviário» para Bragança e por isso deve-se lutar por um avião que leve o sr. Deputado para Lisboa? Por favor! Esse mesmo deputado que toma uma iniciativa de salvar o (seu) avião, em prol de uma região deprimida, é aquele que defende uma barragem do Tua que, para lá de todos os estragos já muitas repisados (e sem contestação), compromete de vez o regresso do comboio a Bragança! Entenda-se: para defender um transporte social, ecológico, rápido e seguro como é o comboio, foi argumentado que mais valia dar um Porsche a cada utente (no pressuposto que andava vazio, não obstante ter procura que ultrapassava a oferta no Verão), agora para a avioneta, que leva aos 2 passageiros de vez, o que lhes oferecer? Um camião de um milhão de Euros?
Defenda-se o avião - não se diz que não - mas numa lógica de acessibilidade INTEGRADA, em que a Linha do Tua recupera o protagonismo que merece (e muito particularmente se ligada a Espanha à rede de alta velocidade)!
(Há quem pense que o povo anda a dormir!...)

Anónimo disse...

este deputado é o mesmo que dizia que a linha do tua só servia para transportar meia duzia de individuos com um cabaz de laranjas e foi um acérrimo defensor do seu encerramento

Rui R.M. disse...

A nossa Nobre Região e seu ilustre Povo acolhedor, merece todo o respeito, e consideração, por parte de quem governa, de forma a ter meios de mobilidade iguais aos cidadãos que vivem em Lisboa.
Senão vejamos: em dias de greve nos transporte o transtorno que dá ás pessoas que se querem deslocar.
Agora os Transmontanos que passam por esta situção no dia a dia, pobres coitados têem de se habituar.
Não podemos continuar á espera impávidos e serenos confiantes em quem só nos tem traído.
As autarquias ou melhor os autarcas têem de defender acima de tudo os interesses do Povo e da região, e não os interesses pessoais ou do partido.

Anónimo disse...

Primeiramente saúdo todos os comentadores do Blog e particularmente o Prof Mesquita ao ter disponibilizado novamente o comentário aos anónimos ou àqueles que não souberam/não sabem fazer o registo. As ideias, os argumentos e as opiniões têm sempre valor desde que educados, sem ofensas, com civismo, independetemente de conhecermos ou não o seu autor.
Posto isto, voemos...
É claro que o avião não é para o povo e muito menos para o povo que humildemente ocupou as carruagens da linha do Tua. A ligação aérea destinava-se a empresários... do norte! O tempo mostrou que os empresários voavam pouco e não tardou para que a ocupação seja na sua maioria da classe xique.

Ateu versão 2012

Anónimo disse...

Quando falamos em o Estado propiciar seja o que for,claro que temos que pensar que será por tempo determinado, o tempo necessário para que a iniciativa resulte e tenha pernas para andar.
Se passa o tempo e a utilidade é nula,então o Estado deve cortar essa despesa, a não ser que a utilidade seja muita e os gastos do Estado comportáveis.
JLM

Anónimo disse...

Em ambos os transportes o numero de passageiros é semelhante ;-)