Daqui
O desmantelamento da linha do Tua entre Mirandela e Bragança
foi executada no governo de Cavaco Silva em 1992, tendo sido sufragado este ato
com uma copiosa maioria de votos no distrito. Embora alguns populares se revoltassem, das forças políticas maioritárias da região, não se percebeu uma oposição séria e
concertada, merecendo-lhes tácito acordo.
A linha ferroviária transfigurada de 1995 a 2001 de
metropolitano manteve-se ativa graças à teimosia do município de Mirandela. Um projeto
que José Gama idealizou e concretizou num metro de superfície (era o segundo do
país, lembram-se?), considerado à altura “ridículo” por muito sério e sensato
jornal do litoral, bem como pela opinião de muitos habitantes da cidade de Bragança.
O
presidente de Mirandela mascarou de modernidade o estafado transporte
ferroviário atribuindo nomes de sonantes estadistas europeus às estações da
cidade, pintou de verde velhas locomotivas e angariou vontade política do
governo central em troca de muitos votos locais.
Bragança mostrará desistir definitivamente da opção
ferroviária ao destruir toda a infraestrutura na inauguração em 2004 da estação rodoviária, no edifício da estação
ferroviária e espaços adjacentes.
A escolha da rodovia nos sucessivos governos posteriores a
Cavaco Silva é clara, culminando na construção da A4, do IP2 e do IC5 decididos
e quase concretizados nos governos de José Sócrates.
Parece-nos ser a primeira vez que o edil de Bragança toma
uma posição clara pela ferrovia e equaciona "o futuro da ligação entre o
Douro, Bragança e Puebla de Sanabria". Todavia a construção da barragem eliminará definitivamente a
ferrovia do distrito e atirará para as calendas gregas o projeto ferroviário
regional e a ligação a Espanha, essencial ao nosso desenvolvimento futuro.
Receamos que esta decisão venha atrasada e concluímos que os líderes regionais nunca tiveram uma
ideia de futuro para a região, em que a inclusão da ferrovia deveria ser
equacionada, desacreditando e ridicularizando muito poucos defensores desta posição de mobilidade e desenvolvimento no país.
Sem comentários:
Enviar um comentário