10 novembro 2007

Troque-se a Avestruz pelo D. Quixote

Aquilo que mais admiro no personagem de Cervantes é a convicção com que este lutava contra os Moinhos de Vento. Conhecedor da visão romântica do personagem, confesso que também gostaria mais que me comparassem com D. Quixote do que com a Avestruz. Isto se, na minha prática de vida, fosse possível encontrar paralelo.
Tudo a propósito da polémica sobre a minha opinião relativa à construção da barragem do Rio Tua.
Infelizmente não me considero uma pessoa suficientemente informada para defender com mais certezas a minha opinião sobre este caso, pelo que poderá ser-me útil ler o que me puderem transcrever de especialistas na matéria.
Menciono algumas questões concretas a título de exemplo.
- Qual será o real valor da produção de energia a produzir-se na barragem prevista!
- Quem pagará a barragem!
- Que repercussões terá a barragem no afluxo das águas sulfurosas do S. Lourenço!
- Que potencial turístico e comercial poderá ter a criação de uma via fluvial que leve até Mirandela!
- Que influência terá no clima a superfície de água a criar-se.
- Que necessidade futura haverá com a criação da reserva de água a nascer com a barragem!
- Qual o montante de indemnizações estará previsto - ou será de exigir, como contrapartidas para as populações e para a região, atingidas.
- Que alternativas realmente se poderão perspectivar para o Rio Tua se a barragem se não fizer!
Perante tantas dúvidas minhas, talvez seja exagerado dizer que é ridículo admitir a não construção da barragem.
Tanto mais quanto verifico que não faltam criadores e visionários, capazes agora de perspectivar um futuro risonho para os que por aqui prevalecerem.
Como já disse, é este querer e esta convicção que eu muito admiro, sobretudo quando se traduz em resultados exaltantes.
Eu que na situação concreta sou mais prosaico, arrisco pedir aos mais convictos pela manutenção das coisas, que se disponibilizem a trabalhar para garantir a segurança de todos os calhaus suspensos na encosta sobre a linha do Tua; que garantam que a poluição do Cachão e de Mirandela jamais volte a escorrer rio abaixo; que no tempo de seca consigam que o Município de Mirandela garanta o caudal mínimo de água na passagem do seu açude, conforme estipula a lei; que garantam que jamais se voltará a fazer vazamentos de lixo da encosta de S. Mamede; que se garanta o repovoamento do rio e erradique a pesca ilegal: que se garantam investimentos do poder central que verdadeiramente viabilizem a linha de caminho de ferro; que obtenham a garantia de investimentos em infra-estruturas que tornem viáveis projectos turísticos de interesse para a região.
E não percam tempo a ler o D. Quixote de La Mancha que este, romântico como era, estaria convosco de certeza, na luta pela preservação da linha e do rio.

5 comentários:

mario carvalho disse...

Caro Senhor

os que acreditam nas linhas são romanticos e Quixotescos
e os que só acreditam nas barragens e naquilo que lhes impoem
acreditam em quê? que é ridiculo não acreditar?

mario carvalho disse...

espero que com todas essas dúvidas tenha tido a curiosidade , pelo menos , de ter ido a Mirandela hoje...mas não me parece porque ninguém colocou essas questões .. é mais cómodo e romantico ficar em casa a ver telenovelas

Anónimo disse...

O Senhor Mário tem toda a razão.
Se a linha e o Rio poderiam ser uma participação fundamental para o desenvolvimento que não temos, então não se justifica a falta de participação daqueles que ficam no sofá.
Depois queixem-se que não sabem o que vai acontecer aos filhos e netos!

Anónimo disse...

As questões terminam SEMPRE com pontos de interrogação.

Quanto ao ponto de exclamação, é um sinal de pontuação que tem natureza eminentemente literária, e deve ser usado em textos jornalísticos parcimoniosamente. Enfatiza as seguintes emoções: perigo, surpresa, espanto, arrebatamento, entusiasmo, cólera ou dor.

Adicionado ao ponto de interrogação, reforça simultaneamente dúvida, surpresa, e até descontentamento ("quê!?")

Nada que o Prof. Mesquita não possa/deva ensinar.

Quanto ao blog: OBRIGADO.
Tem textos com conteúdos interessantes, alguns muito bem redigidos, outros com sentido de humor corrosivo (só é pena os "lapsos de escrita"), mas ouso arriscar que todos pretendem uma Carrazeda melhor.

Contudo, faço o seguinte reparo: o blog está politizado. Como tal, e a bem da verdade, espero que a palavra praxis faça parte do modo de vida de quem escreve. Caso contrário, nada de novo se acrescenta à pasmaceira em que a Câmara de Carrazeda está imergida.

Ass: um filho de Carrazeda e ex-aluno do Prof. Mesquita, de quem tem as melhores recordações.

Anónimo disse...

mas k desenvolvimento traria essa linha? sabem quantas pessoas ali passavam por ano? por amor de deus, algo se passa nesse comentário. turismo temos um grande potencial k é o castelo, o mais antigo da europa e k foi feito? nada. isso sim. voçês falam da barragem pk envolve muito €€€€€€€ queriam louros, e os beneficios dos outros, deixem evoluir pah lord 14/88 ss