08 outubro 2007

Os comboios não sabem nadar

(recebida por correio electrónico)

14 comentários:

Hélder Rodrigues disse...

Esta é uma caricatura espectacularmente elucidativa do futuro bem negro que espera uma das construções mais deslumbrantes do mundo, a linha do Tua. Mas social e politicamente, os verdadeiros responsáveis por este assassinato terão que ter em linha de conta a reacção indomável dos transmontanos na defesa daquilo que é seu. E eu, orgulhosamente transmontano, serei um deles, gritando a minha revolta, nem que seja pela força demolidora da palavra...

Anónimo disse...

Gabo a bravura das suas palavras. Se todos os transmontanos fossem assim, Trás- Os- Montes não estariam desfigurados como estão. Abaixo as modificações do que é genuíno e puro.

josé alegre mesquita disse...

Parabéns pelo seu espírito de defesa do que "é genuíno e puro". No entanto, aconselho a refrear os seus ânimos, pois estar do lado dos mais fortes, por exemplo os do litoral (há outros), é mais cómodo, traz menos chatices, outras vantagens e é mais "cool".

Anónimo disse...

Só me admira é que esta defesa acérrima, necessária e indiscutível, não seja protagonizada, ou pelo menos encimada por aqueles que deviam estar na linha da frente política.
Anónimo, devidamente

Anónimo disse...

Usar”cool” é que não é muito puro. O problema reside no facto de ,não se fazendo nada, no litoral ainda haver muita gente com quem conviver por muito tempo e no interior só haver no próximo quinquénio. Ficaremos, no entanto, entretidos em defender a paisagem, o que, convenhamos ,ainda dá para uns longos passeios a falar com os passarinhos.

josé alegre mesquita disse...

Iremos todos comungar dessa bela vida citadina, respirar o ar puro da verdadeira civilização, lançar olhares compreensivos ao "compagnon de route" que espera horas na "bicha", visitaremos ao fim da tarde o belo centro comercial, chegados ao lar conviveremos com a TV..., aos fins-de-semana viremos à província doutrinar os poucos resistentes pois "na cidade é que é bom", espalharemos a nossa douta sabedoria no café da esquina, presidiremos ao concurso da "miss t-shirt" molhada e discursaremos com exaltação sobre os malefícios de discordar do institucionalmente definido, aproveitaremos ainda para uma visita de cortesia ao senhor presidente, pelo menos da Junta, e louvar-lhe-emos o mérito de manter aberta a cerca da reserva. Ah! Será também muito útil ouvir os passarinhos... nas gaiolas...

Anónimo disse...

Caramba! Não sei como consegue escrever tudo isso de jacto! Isso revela que o que escreve lhe sai do mais fundo da alma! Agora compreendo a razão porque um meu sobrinho queria à viva força viver em Carrazeda e não no ar poluído de Vila Real, onde tinha emprego. Percebo agora os perigos horrendos de viver numa cidade. Aqui,na aldeia estamos livres até do perigo das almas penadas, porque o sr. Prior livra-nos delas com os seus exorcismos. Deus nos livre dos urbanos: é bem melhor ser rural(genuíno, puro).

josé alegre mesquita disse...

Essa ideia do rural e do urbano é uma grande "balela" e num país com uma largura de pouco mais de 100 Km não tem razão de ser. Direi mais, essa dicotomia deixou de existir com a chamada sociedade do conhecimento. No litoral há empregos porque há investimento público e essa dinâmica cria sinergias de desenvolvimento - em pouco mais de um quilómetro de metropolitano gastaram-se 300 milhões de euros, igual ao investimento do Estado na região de mais de uma década de anos. E olhe, uma das grandes migrações internas do momento é para uma das chamadas regiões limítrofes, onde há uma das mais baixas taxas de emprego do país, adivinhe qual? Só se pede o que foi prometido e é devido. A resolução dos problemas das grandes cidades passa também pelo novo olhar pelo interior, (onde é que ouvimos isto?) O mais importante é o de vivermos num país equilibrado em que todos tenham os mesmos direitos.
Agora, até as almas penadas fugiram na aldeia, elas martirizam as consciências dos que se conformam e de que não há solução, pois não têm a fé que lhes valha.
Deus nos defenda dos acomodados, com eles nada se altera....

josé alegre mesquita disse...

Felizardo o seu sobrinho. Propostas de emprego são uma raridade, quando estamos perto do dois dígitos de taxa de desemprego. E olhe que por cá, ou se participa nas campanhas, ou se recebe um convite dos nossos representantes... se não, emigra-se.

mario carvalho disse...

Darwin tem razão... evolução não é´ser forte, nem inteligente.. evolução é ser camaleão e ter grande capacidade de adaptação às circunstancias até à .... extinção

se para viver "bem" for preciso renegar pai , mãe , todos os princípios e... prostituir-se.. prostitua-se...

Anónimo disse...

Continua numa correria desenfreada. Pôs um comentário e, antes que eu respondesse, pôs logo outro! Para onde caminha com tanta pressa? Não sabe que a vida é um caminhar para lado nenhum? Mas vou tentar uma solução de compromisso: se estiver de acordo ,podemos manter a barragem, o comboio e as termas. E então ficaremos com a beleza da linha, a energia da barragem, os tratamentos das termas, aliados à prática de diversos desportos náuticos, e ainda com uma obra de engenharia ímpar. Concorda? Melhor não consigo arranjar.

Anónimo disse...

E porque não a barragem????
Está tanta gente tão céptica com a construção da barragem que ainda nem cheguei a perceber se ela vem por mal ou por bem!!!
Será a linha de caminho de ferro assim tão importante e até mesmo as caldas de São Lourenço???
A água das termas pode e deve ser aproveitada mesmo com a barragem, e o empreendimento das termas pode muito bem até ser no Pombal.
Quanto ao comboio....
Se soubermos ficar sem ele e como resultado da sua perda tivermos algo em troca!!!!
Penso que a solução passa pelo unir de cinergias dos concelhos afectados, olhando todos por todos!!!!
Parece impossivel, mas com vontade tudo se consegue.
E agora só para o meu amigo José Alegre, relativamente aos empregos, eles não vêm ter connosco, nos dias de hoje procuram-se e luta-se por eles, mas também tem de se ter em atenção a nossa realização profissional!!!! Sou um profissional do ramo da construção e obras publicas e não me parece que me que ficasse saisfeito a trabalhar numa câmara, num gabinete técnico local ou mesmo numa pequena empresa (quase todas as da nossa região o são) e olhe que troco todos os dias (de trabalho) o bem estar e qualidade de vida que se pode ter na nossa belissima terra pela luta numa grande cidade e numa grnade empresa.
Na vida temos de fazer opções...
Esta foi a minha.
Batman1976

Anónimo disse...

Permitam-me a intromissão;
Eu acho é que nos 8% de desempregados há uma franja considerável que na verdade procura emprego e por favor, até digo que a maior parte procura trabalho remunerado!
Os 8% também são falsos!
Há milhares de pessoas inscritas no Instituto de Emprego a ganhar «por fora» 60,00 € ( 12 contos ) por dia x 22 dias=1.320 € mensais livres de impostos!!!!!!!!
Depois há os outros que ganham os mesmos 60 ou mais euros por dia nas mesmas circunstâncias e descontam para a segurança social à taxa reduzida ... ( 60 € /mês.
Como já se trata de bastante dinheiro ainda se dão ao luxo de começar a semana à terça e folgar aos dias de feira.
Esta é uma realidade que vive connosco todos os dias.
Alimentação deficitária ( não digo fome ) esteve bem perto dos mais idosos, principalmente dos que vivendo sozinhos e doentes apenas tinham a pensão social para sobreviverem.
Hoje o complemento solidário para idosos é uma boa ajuda para quem o recebe o que eleva os rendimentos mensais para bem perto do salário minimo!

Sobre a linha:
Quem se lembrou que barragem e linha podem coexistir ?
Só se pode falar assim por desejo.
A que cota seria construída a barragem ? 70m? 80m?
Um dos valores em estudo é à cota de 160m!!!!!!!
Numa visita ao S. Lourenço e à Foz acompanhados de um altímetro mesmo que pouco preciso dá para ter uma ideia da área que ficará submersa.
Porque já se sabe que as águas termais de S. Lourenço provêm da meia encosta não se sabe até que ponto não poderão ser prejudicadas pelo encharcamento do sub-solo.
Ou ainda ninguém pensou nisso?
Perante este meu pensamento ou poderemos ter linha e S. Lourenço ou Barragem.
Adiante.

Anónimo disse...

Trás-os-Montes tem variadissimas paisagens emblemáticas sem igual mas com esta desertificação humana galopante tende a caír no abismo.
Com a criação da dita barragem quantos postos de trabalho vão criar para os Transmontanos?
As populações que nasceram junto ao rio e Linha do Tua não merecem respeito estão abandonados mas ainda não chega vamos afogá-los.
Era bom que as entidades competentes deste "país" extinguissem de uma vez por todas as quintinhas e fizessem de Portugal um País.
Transmontanos queridos conterrâneos não cruzem os braços vamos em frente lutar pela dignidade e respeito a que temos direito.
Vejam quantos quilometros de via férrea temos em Trás-os-Montes que em vez de desenvolverem pura e simplesmente encerram,que respeito os sucessivos governantes têem tido por esta humilde gente?