27 novembro 2012

ACEITAÇÃO: João Lopes de Matos



ACEITAÇÃO

Quantas vezes, agora, me vejo a olhar  minha vida.
Quantas vezes vivo, agora, com  meus pais e meus irmãos.
Estou, neste momento, com  minha mulher e meus filhos.
Beijo também meus netos e com eles brinco.
Sinto-me, parado, a pensar em tudo ao mesmo tempo.
E aceito feliz, sereno, toda a minha vida.
E sei que ela não podia ser diferente.

JLM

1 comentário:


  1. “Savoir vivre”

    "Para Alguém sou o lírio entre os abrolhos
    E tenho as formas ideais do Cristo;
    Para alguém sou vida e luz dos olhos,
    E se na Terra existe é porque existo".

    (Gonçalves Crespo - Alguém)

    A vida (e os seus períodos) dá matéria para considerações de vária sorte, pensando-se, por exemplo, na realidade do viver e do morrer, no corpo e na alma, em ditos célebres de pensadores e de poetas e, de modo particular, na literatura e nas palavras e expressões relacionadas com a idade.
    Quero fazer observar, antes do mais, que a fixação dos períodos da vida (infância, puerícia, meninice, juventude, adolescência, virilidade, velhice) não pode exigir às palavras que os refiram toda a exatidão; à uma, porque as naturezas psicológicas, biológicas e outras variam de pessoa para pessoa; à outra porque a passagem de um período a outro é tão insensível (A. Carrel) ou lento que muito difícil se torna pôr barreiras em naturais transações.

    Sendo a palavra a expressão da Vida, o deslizar desta tem forçosamente de refletir-se naquela.
    E, como a Vida pode ser encarada com a frialdade do raciocínio ou com a quentura do sentimento, segue-se que o filosofar sobre a Vida e seus períodos e momentos ora aparece na linguagem chã de todos os dias, ora na expressão figurada dos poetas e dos prosadores.

    A vida é o dia de hoje,
    A vida é ai que mal soa,
    A vida é sombra que foge,
    A vida é nuvem que voa;
    A vida é sonho tão leve,
    Que se desfaz como a neve,
    E como o fumo se esvai;
    A vida dura um momento,
    Mais leve que o pensamento,
    A vida leva-a o vento,
    A vida é folha que cai!

    A vida – pena caída
    Da asa da ave ferida,
    De vale em vale impelida –
    A vida o vento levou!

    (João de Deus)

    Carlos Fiúza

    Já para o nosso Grande Camilo –“savoir vivre” – era o “arranjo de cada um”.
    Longa Vida para si, JLM.
    “Arranje-se” como puder.

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