19 março 2008

Suspensão

"As ligações aéreas Bragança-Vila Real-Lisboa estão mais uma vez suspensas. Desta vez, desde a tarde de segunda-feira e pelo menos durante toda esta semana. A ATA Aerocondor, empresa que explora esta linha de ligação aérea, informou o PÚBLICO de que, "por razões de ordem técnica e até dia 25, não haverá voos entre Lisboa e as cidades de Vila Real e Bragança". No início do mês o serviço já tinha estado parado por dois dias e pelas mesmas razões." (...)
no Público

4 comentários:

  1. curioso logo na altura da pascoa

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  2. O nosso espelho!

    Um ditador já é velho demais quando inicia a ditadura. Porque recorre à arte mais velha do mundo que é impor o seu mando a outros. E que me desculpem as senhoras da vida, o vosso ofício está longe de ser o mais antigo, ainda vocês não tinham descoberto a forma de ganharem os vossos honorários com as misérias femininas e já havia ditadores em funções. Porque qualquer ditador faz o que há de mais simples, ancestral e primitivo no mundo e que é mandar pela força.

    Os povos deviam, no estado adulto em que nos julgamos, ser poupados ao primarismo do mando bruto. Mas o ancestral é rijo como cornos. Custa a desfazer. Se custa.

    O pior de uma ditadura é quando ela é servida por um ditador velho. Sobretudo quando envelheceu na arte de ser ditador. Di-lo quem sabe de uma vida a gramar um ditador longevo e, sempre, mais e mais teimoso. Tão teimoso que morrerá estúpido e deixará uma herança de estupidez. E tão estúpido que nos quis ensinar a arte de obedecer. E ensinou, essa é que é essa. Pois, a estupidez também é antiga. E a ditadura é a arte da velhice.


    Os fins dos ditadores, como todos os seus actos, são encenados minuciosamente pelas suas cortes. Mesmo as suas respeitáveis decadências humanas. Há qualquer coisa de nefando e obsceno na forma como se castigam os ditadores com o prolongamento forçado da encenação do seu mando para além da capacidade física e intelectual para mandar o quer que seja. Ditadores moribundos, ou para lá caminhando, são sujeitos a grotescos jogos de resistência ao fim da vida. Na efémera mensagem de que são eternos. Foi assim com Salazar (a quem representaram a senilidade teatral de que ainda mandava quando Marcelo já despachava na sua vez); idem com Franco; o mesmo com Brejnev que, nos últimos anos, já tinha camaradas a sacudirem-lhe o braço para acenar encavalitado no mausoléu de Lenine. Agora, o nosso espelho não escapa à regra.

    A ditadura é velha e sábia mas (por isso?) não tem nada de criativa. E é cruel, até para os próprios ditadores.


    Júlio César

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  3. Que texto tão pobre!
    Não diz nada e se algo se percebe, é apenas barafunda!
    Peço ao Zé Mesquita que não corte este texto, senão leva já o "carimbo"...

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  4. Pois a minha opinião é contrária à deste último comentador (espero bem que não seja salazarento). Este texto de Júlio César, seja ele quem for, parece-me bem urdido e cuja temática é sempre actual, para infelicidade de muitos povos que ainda hoje sofrem sob o pesado jugo da ditadura.

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